Após tombo na sexta-feira, papéis da Petrobras seguem voláteis, com boato de revisão de repasse a acionistas de dividendos extraordinários
Depois do tombaço de R$ 55,3 bilhões na sexta-feira (8/3), as ações da Petrobras seguem oscilando na Bolsa brasileira (B3), nesta segunda-feira (10/3). Na abertura do pregão, elas chegaram a cair 2%. No início da tarde, contudo, alteraram o curso.
Por volta das 13h30, os papéis da estatal registravam alta de 1,50% (as ações preferenciais, sem direito a voto em assembleias) e de 0,50% (as ordinárias, com direito a voto). Pouco depois, às 13h45, houve um novo revés. As preferenciais subiam apenas 1% e as ordinárias caíam 0,30%.
A chacoalhada mais forte na cotação ocorreu na sexta-feira, com quedas de até 10,5% dos papéis, o que representou uma perda de valor de mercado da empresa de R$ 55,3 bilhões em um dia. O baque foi resultado da frustração dos investidores com a decisão preliminar da companhia de não distribuir dividendos extraordinários aos acionistas.
Nesta segunda, entretanto, rumores de que a medida poderia ser revertida melhoraram o desempenho dos papéis na B3. Além disso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve se reunir, às 15h, com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, em Brasília. O compromisso serviu para esquentar ainda mais as especulações.
A decisão de reter os dividendos extraordinários foi anunciada na sexta-feira, junto com o balanço da companhia, que registrou um lucro 33,8% melhor em 2023, na comparação com 2022.
Votação dos dividendos
No Conselho de Administração da companhia, votaram contra a distribuição cinco conselheiros indicados pelo governo e a representante dos trabalhadores. Os quatro integrantes do órgão ligados ao mercado votaram a favor do repasse integral aos acionistas.
De acordo com Prates, a diretoria da estatal propôs 50% dos dividendos extraordinários para reserva e 50% para pagamento imediato. Mas, diante da resistência dos representantes do governo, ele se absteve de votar na reunião. “Essa novela continua, não acabou”, disse o presidente da Petrobras, na ocasião.
A diretoria da estatal observou que, mesmo retido, o dinheiro dos dividendos deverá ir para os acionistas, porque ele não pode ser usado para investimentos ou para o pagamento de dívidas.
Por Carlos Rydlewski – Metrópoles