Dias 4 e 5 de fevereiro, a Biblioteca Parque Estadual, no Centro do Rio de Janeiro, recebe o 1º Seminário Nacional LGBTQIA+ de Fé – Diálogo Inter-religioso e Luta Contra Fundamentalismos. Pioneiro, organizado pelo Fundo Positivo, sob a curadoria da teóloga queer Ana Ester e da pesquisadora Giovanna Sarto, ambas cientistas da religião, o encontro é formado por representantes de 11 tradições religiosas, ativistas, artistas, políticos e pesquisadores. Quatro grupos de trabalho atuam para definir pontos para a Carta do Rio de Janeiro contra a LGBTfobia. A minuta da Carta será divulgada em coletiva de imprensa no final do dia 5. Principalmente, a Carta será destinada a políticos e autoridades da federação.
Temas como “Terapia de Reversão”, “O enfrentamento aos fundamentalismos a partir da ética da diversidade”, e “Bíblia e diversidade sexual e de gênero”, serão debatidos nos Grupos de Trabalho que atuam dias 4 e 5. Documento a ser apresentado à sociedade, a Carta do Rio de Janeiro contra a LGBTfobia objetiva incentivar políticas públicas de defesa à vida. O encontro terá uma celebração ecumênica precedendo os trabalhos no dia 4. Representantes das 11 tradições religiosas (Pai Rodney de Oxóssi, representantes do Budismo, Santo Daime, Islamismo e outras), realizam um rito em nome da paz.
A abertura do Seminário Nacional será com o Pastor Henrique Vieira, por vídeo, e com a teóloga queer Ana Ester. Os grupos de trabalho são formados por políticos, ativistas, pesquisadores tais como Monica Benício, Dani Balbi, o religioso pentecostal Bob Botelho, ligado à ONU, o professor da UFRJ Heder Botelho e muitos outros. “Este encontro tem como objetivo central combater a intolerância e promover a conexão entre fé e diversidade, destacando a busca por justiça social”, define a curadora Giovanna Sarto.
A teóloga Ana Ester lembra a fala da Bispa Mariann Edgar Budde, por ocasião da posse do Donald Trump na presidência dos EUA. “Esse acontecimento mostra a importância das igrejas no enfrentamento às violências contra as pessoas mais vulnerabilizadas. O 1º Seminário acontece justamente nesse contexto, no qual espera-se que as religiões ofereçam contranarrativas à escalada reacionária que assola tanto o Norte quanto o Sul global”, destaca.