Obras de modernização e requalificação incluem a instalação de ar condicionado, condições de acessibilidade e nova instalação elétrica
Com o objetivo de modernizar e tornar acessíveis equipamentos culturais da cidade, a prefeitura irá reformar, a partir de agosto, importantes espaços da cena artística, entre eles o Parque das Ruínas, em Santa Teresa, na Região Central, e os teatros Ipanema, Café Pequeno, no Leblon, Sérgio Porto, no Humaitá, e a Sala Baden Powell, em Copacabana, na Zona Sul. O investimento total será de R$ 75 milhões e a previsão de conclusão é 2024.
Chamado de ‘Cultura do Amanhã’, o programa da Secretaria Municipal de Cultura (SMC) faz parte do ‘Viva a Cultura Carioca’, conjunto de ações que implantará recursos na ordem de R$ 349 milhões em dez programas diferentes. Serão reformados, de forma gradual, museus, arenas e areninhas (com a conclusão da transformação de todas as antigas lonas), centros culturais e teatros.
A pasta criou um escritório de projetos para, nas palavras do secretário Marcelo Calero, “executar o maior programa de reformas, restauros, revitalização e modernização dos equipamentos culturais que a cidade já viu”. Foram contratados cinco arquitetos, dez desenhistas cadistas (que elaboram e desenvolvem esboços e plantas), e três orçamentistas.
As obras de modernização e requalificação incluem a instalação de ar condicionado, condições de acessibilidade e nova instalação elétrica. No caso dos teatros, haverá reforma dos camarins, projetos de acessibilidade entre o camarim e o palco e troca de estofado das poltronas.
“Além dos quase R$ 350 milhões em investimento, daremos atenção total ao diálogo, à territorialização e à democratização da cultura em nossa cidade. Cultura tem a ver com a nossa identidade, cultura gera renda. Vamos fazer um investimento recorde em nossos equipamentos”, completou o secretário.
Para que não haja prejuízo para as apresentações agendadas, a prefeitura criou um plano de contingência, que inclui o aluguel provisório para a reabertura da Sala Marília Pêra, no Leblon, a reabertura do Teatro Maria Clara Machado, no Planetário da Gávea, a operação, pela prefeitura, do teatro do Centro Cultural dos Correios, atualmente fechado, além de parceria institucional com o Teatro Nelson Rodrigues, do Centro Cultural da Caixa.
Parque das Ruínas
O palacete é uma atração em si. Para melhorar, a ideia é tornar a fachada do centro cultural como era originalmente, com reposição de tijolos e recomposição da estrutura elétrica, além de torná-lo acessível com a instalação de um elevador, que ficará escondido para não descaracterizar o ‘projeto’ original. As intervenções acontecerão no jardim e no pátio.
O conjunto foi construído entre 1898 e 1902, nas ruínas do prédio onde foi a casa da grande mecenas da Belle Époque carioca, a socialite Laurinda Santos Lobo.
Conhecida como ‘a marechala da elegância’, Laurinda costumava reunir intelectuais e artistas nas dependências do casarão, construído como se fosse um palácio, e atualmente um projeto premiado dos arquitetos Ernani Freire e Sonia Lopes, que manteve a estrutura das ruínas agregando contemporaneidade à casa durante os trabalhos de renovação.
O local ostenta uma vista panorâmica para a Baía de Guanabara, de um lado, e para o Centro, do outro. Com o Rio aos seus pés, o mirante é um bom local para se entender a geografia da cidade, do alto do bairro de Santa Teresa.