O Brasil precisará formar cerca de 3 mil técnicos e trabalhadores qualificados anualmente para expandir a produção de hidrogênio verde, segundo pesquisa do Senai. A demanda se divide em três níveis de ocupação: médio, baixo e alto. No nível médio, que inclui técnicos e trabalhadores qualificados, serão necessários 2.863 novos profissionais por ano. No nível baixo, que engloba trabalhadores semiqualificados, serão 2.248 por ano. Para o nível alto, formado por cientistas e engenheiros, a demanda é menor e concentrada em universidades e centros de pesquisa.
A pesquisa foi realizada em parceria com o projeto H2Brasil, uma cooperação entre Brasil e Alemanha. Segundo os entrevistados, a formação técnica especializada é essencial para a implementação de fábricas de hidrogênio verde e a transição energética no país. O Senai já criou um centro de excelência no Rio Grande do Norte e cinco laboratórios regionais focados em educação profissional e superior, além de um curso de pós-graduação.
O hidrogênio verde, considerado um combustível limpo, pode ser produzido sem emissão de CO₂ quando a energia utilizada é de origem renovável, como hidrelétrica, eólica ou solar. O Brasil pretende expandir essa produção para setores como transporte e siderurgia, tornando-os menos poluentes.
Em agosto, o presidente Lula sancionou a Política Nacional do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono, criando incentivos para a produção de hidrogênio. O Senado aprovou um projeto de lei que estabelece o Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono. Estima-se que os projetos em andamento possam atrair R$ 188,7 bilhões em investimentos.