Falta de avanços nas negociações para colocar fim à guerra na Ucrânia alimenta busca por ativos mais seguros
O ouro fechou em alta nesta terça-feira (4) e deu continuidade ao movimento ascendente registrado na última sessão, impulsionado pela maior incerteza econômica diante da imposição de tarifas do presidente americano, Donald Trump, contra Canadá, China e México e respectivas retaliações.
Além disso, a falta de avanços nas negociações para colocar fim à guerra na Ucrânia também alimenta a busca pela segurança do ouro.
O ouro para abril fechou em alta de 0,67%, a US$ 2920,60 por onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
Em análise, a SP Angel menciona que o ouro está se recuperando da volatilidade do mercado e se aproxima do recorde histórico de US$ 2.974 por onça-troy, com a possibilidade das políticas tarifárias de Trump acentuar qualquer desaceleração na economia do país.
“As tensões comerciais continuam a aumentar entre os EUA e a China após a imposição de tarifas americanas e taxas retaliatórias chinesas, provavelmente apoiando a alta do ouro”, explica ao mencionar uma alta demanda pelo ativo de segurança.
Para a XS.com, a alta do metal precioso acontece por conta de “altos níveis de incerteza”.
A instituição acredita que a maior potência do mundo está intensificando um conflito comercial, mas que os efeitos das decisões de Trump serão sentidos em uma desaceleração na atividade econômica e pressões inflacionárias, o que faz com que o mercado migre para o ouro.
O Commerzbank destaca que, além das tarifas, a falta de um cessar-fogo para o conflito na Europa Oriental segue impulsionando o ouro.
Na segunda-feira (3), o presidente americano retirou a ajuda para a Ucrânia. O banco alemão ainda avalia que um aumento nas apostas de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) para 2025 alimentam a alta nos preços do metal dourado.
Por Isabella Pugliese Vellani, do Estadão Conteúdo