NO TABULEIRO DO PCC: COMO FUNCIONA O “TRIBUNAL DO CRIME”

Facção paulista, PCC organiza julgamentos paralelos para punir desvios e também avaliar denúncias encaminhadas por comunidades carentes

São Paulo — Com sentenças sumárias e condenações que vão do espancamento à pena de morte, o Primeiro Comando da Capital (PCC) instituiu um modelo paralelo de Justiça para punir o que considera “desvio de conduta” ou violação ao seu estatuto por membros da facção criminosa paulista. São os chamados “tribunais do crime”, também conhecidos internamente como “tabuleiros”.Nos últimos anos, a “Justiça” paralela implantada pelo PCC passou também a “solucionar” demandas criminais e morais nas periferias das cidades, preenchendo lacunas deixadas pelo estado. Essa atuação é investigada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP).

Especialista em “tribunal do crime”, o delegado Cristiano Luiz Sacrini Ferreira, do Setor de Homicídios e de Proteção à Pessoa de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, diz que há uma similaridade simbólica entre a Justiça paralela criada pela facção que comanda o tráfico internacional de drogas no país e os julgamentos legítimos feitos pelo Poder Judiciário brasileiro.

A facção criminosa paulista realiza seus julgamentos intimando os acusados a prestarem satisfação e ouvindo testemunhas. Após avaliar os depoimentos e as provas coletadas, o tribunal do PCC chega a um veredicto. Na maioria das vezes é aplicada a pena de morte.

Por- Metrópoles

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