MUSK DIZ QUE TRUMP CONCORDA EM FECHAR AGÊNCIA DOS EUA RESPONSÁVEL POR 40% DE AJUDA HUMANITÁRIA NO MUNDO

A crescente influência de Musk dentro da administração Trump tem gerado preocupações entre parlamentares democratas

O empresário Elon Musk afirmou estar trabalhando para fechar a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USaid, na sigla em inglês), principal braço de ajuda externa do governo norte-americano. A declaração foi feita nesta segunda-feira (3) durante uma transmissão de áudio na rede social X, da qual participaram o ex-diretor do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), Vivek Ramaswamy, e os senadores republicanos Joni Ernst e Mike Lee. A informação foi publicada pelo portal G1.

“Ficou evidente que não se trata de uma maçã com um verme dentro, o que temos é simplesmente um ninho de vermes. Temos que nos livrar de tudo, está além de qualquer conserto. Vamos fechá-la”, disse Musk sobre a USaid, acrescentando que o presidente Donald Trump compartilha da mesma visão e pretende encerrar as atividades da agência.

A USaid desempenha um papel central na assistência humanitária global, sendo o maior doador individual do mundo. No ano fiscal de 2023, os Estados Unidos destinaram US$ 72 bilhões (cerca de R$ 420,7 bilhões) através da agência para programas em diversas áreas, como saúde feminina em zonas de conflito, acesso à água potável, tratamentos para HIV/AIDS, segurança energética e combate à corrupção. Em 2024, a agência forneceu 42% de toda a ajuda humanitária rastreada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

A controvérsia sobre a USaid ganhou força no último fim de semana, quando o site oficial da agência saiu do ar no sábado e permaneceu inacessível até a manhã desta segunda-feira. Além disso, a conta oficial da USaid no Instagram, que conta com mais de 400 mil seguidores, foi suspensa. Ainda não há explicações sobre os motivos por trás dessas instabilidades.

A Reuters revelou que, durante o fim de semana, dois altos funcionários da USaid foram destituídos de seus cargos após tentarem impedir representantes do DOGE de acessarem áreas restritas do prédio da agência. Três fontes ouvidas pela agência indicaram que a ação foi comandada por integrantes do governo Trump, reforçando a ofensiva contra o órgão.

Após o episódio, Musk intensificou suas críticas à USaid. “A USaid é uma organização criminosa. É hora de acabar com ela”, declarou em resposta a um comentário no X no domingo.

O ataque à agência ocorre no contexto da política “EUA Primeiro”, promovida por Trump. Na semana passada, o presidente determinou um congelamento global da maior parte dos fundos de ajuda externa dos EUA, o que já está afetando iniciativas ao redor do mundo. Hospitais de campanha em campos de refugiados na Tailândia, operações de remoção de minas terrestres e fornecimento de medicamentos para milhões de pacientes com HIV estão entre os programas ameaçados.

Durante a transmissão, Musk também fez declarações sobre cortes de gastos e fraudes dentro do governo norte-americano. O bilionário estimou que Trump poderá reduzir o déficit do país em US$ 1 trilhão (cerca de R$ 5,84 trilhões) no próximo ano. Ele ainda acusou “quadrilhas estrangeiras de fraude profissional” de desviarem grandes quantias ao se passarem por cidadãos digitais dos EUA, mas não apresentou evidências para sustentar essa afirmação.

A crescente influência de Musk dentro da administração Trump tem gerado preocupações entre parlamentares democratas. O jornal “The New York Times” revelou que o empresário teve acesso ao sistema de pagamentos do Tesouro dos EUA, que administra mais de US$ 6 trilhões anuais e armazena informações pessoais de milhões de cidadãos americanos, incluindo beneficiários da Previdência Social e contribuintes.

O senador democrata Peter Welch criticou o acesso de Musk ao sistema e cobrou explicações. “É um abuso grosseiro de poder por parte de um burocrata não eleito e mostra que dinheiro pode comprar poder na Casa Branca de Trump”, afirmou Welch em comunicado por e-mail.

Por Brasil 247

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