Agentes cumprem sete mandados de busca e apreensão no Rio e em Minas Gerais
Uma operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), nesta terça-feira, mira uma quadrilha que fornece drogas para o Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. De acordo com as investigações, a organização criminosa é voltada para o tráfico interestadual de drogas e movimentou mais de R$ 9 milhões ao longo dos últimos anos.
A ação foi batizada de Queda Livre. Sete mandados de busca e apreensão são cumpridos pelos agentes: três no município do Rio; um em Itaboraí, na Região Metropolitana do estado; e três em Lima Duarte, em Minas Gerais. A pedido do Gaeco, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 7.422.991 milhões das contas de pessoas físicas e jurídicas envolvidas no esquema criminoso e também a suspensão da autorização de um dos denunciados para pilotar helicóptero.
Ao todo, dez pessoas já foram denunciadas à Justiça pelo Gaeco por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. De acordo com os promotores do Gaeco, a organização criminosa era responsável por fornecer e abastecer com drogas a facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP) na Vila dos Pinheiros, que faz parte da Maré. Os promotores também apontam a lavagem de dinheiro por meio da compra de uma fazenda em Minas Gerais e de empresas de fachada.
Os crimes investigados são de organização criminosa, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. As penas, somadas, podem superar 30 anos de prisão.
Apontado como chefe do bando foi denunciado
Entre os denunciados está Robson Martins dos Santos, conhecido como Douglas Castro, apontado nas investigações como chefe da organização criminosa. Após ser condenado, em 2019, a 14 anos de prisão por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, ele fugiu para Minas e se escondeu em Lima Duarte, onde comprou a fazenda Rochedo, que passou a servir de entreposto para o transporte das drogas para a Maré.
De acordo com as investigações, Robson dirigia as ações de seus cúmplices para a aquisição de veículos e “mulas” que seriam utilizados para o transporte da droga, além da realização das funções de “batedor” da carga ilícita e de “laranja” para a ocultação do patrimônio obtido ilegalmente.
A operação é batizada de Queda Livre em alusão à queda de um helicóptero que transportava 164 quilos de cocaína em Paraguaçu Paulista, em São Paulo, em 20 de maio de 2021, o que deu início às investigações. Na ocasião, foram presos em flagrante Fábio Rosa da Silva e Felipe Chadi Mendes, ambos denunciados pelo Gaeco. Em 29 de julho do mesmo ano, 51 quilos de cocaína foram apreendidos em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense — a droga pertencia à mesma quadrilha.
Por Extra — Rio de Janeiro