Quem caminha pela Rua Iça, no bairro Belo Horizonte, em Japeri, vê canos de água e esgoto improvisados sob o chão de terra batida. Essa solução precária levou Cristina Oliveira, de 44 anos, e sua filha de nove anos a consumirem água contaminada. A criança contraiu uma disenteria bacteriana e passou semanas internada. Cristina tentou armazenar água da chuva, mas a solução não resolveu o problema. Somente neste ano, com a instalação de 15 quilômetros de tubulações pela Águas do Rio, a situação começou a melhorar. A obra beneficiou 1.500 pessoas, incluindo Cristina, que agora planeja instalar uma pia em casa.
A situação de Cristina é representativa de um cenário nacional onde 93 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à coleta de esgoto e quase 32 milhões vivem sem água tratada. Em 2022, o SUS registrou cerca de 191 mil internações por doenças relacionadas à falta de saneamento básico. Crianças são as mais afetadas devido à sua maior vulnerabilidade a doenças digestivas, respiratórias e ginecológicas causadas pela água contaminada com esgoto.
De acordo com a OMS, cada real investido em saneamento básico economiza nove reais em saúde. Sinval Andrade, diretor Institucional da concessionária, anunciou um investimento de R$ 7,1 bilhões em saneamento na Baixada Fluminense, visando universalizar o acesso até 2033. Desde o início da operação, a Águas do Rio implantou 367 km de rede, beneficiando 1,7 milhões de pessoas. Japeri, Queimados e parte de Nova Iguaçu receberão esgotamento sanitário, com uma Estação de Tratamento em construção, que vai melhorar a qualidade da água no Rio Guandu, impactando positivamente 9 milhões de pessoas.