MORADOR DO MORRO DO CASTRO LANÇA LIVRO COM POESIAS ESCRITAS DURANTE A PANDEMIA

Estudante gonçalense lançou livro em colégio no Barreto onde estudou

Lucas Luciano é estudante de jornalismo e mora no Morro do Castro – Foto: Divulgação/Péricles Cutrim

Tem poesia na periferia gonçalense! O estudante de jornalismo Lucas Luciano, morador do Morro do Castro, publicou na última semana sua primeira coletânea de poemas e crônicas. Batizado “Aos que Sentem Demais”, o livro é publicado pela Toma Aí Um Poema e reúne textos escritos pelo jovem de 20 anos durante o período de isolamento social na pandemia de Covid-19.

O lançamento oficial da obra aconteceu na última quinta-feira (15), no campus Niterói do Colégio Pedro II, no Barreto. Ex-aluno da instituição, Lucas conta que a experiência de voltar ao colégio para o lançamento foi emocionante. “Sempre sonhei com a carreira de escritor, mas parecia algo tão distante, principalmente porque ninguém na minha família havia chegado a esse lugar. O Pedro II foi onde encontrei um espaço seguro para sonhar e acreditar em um futuro melhor. Retornar agora, como autor, é a realização de um sonho que parecia quase impossível”, relata o autor.

O livro marca a primeira publicação do jovem, que já costumava compartilhar alguns de seus poemas e reflexões nas redes sociais. Sua trajetória com a escrita é antiga e começou ainda nos tempos da escola, inspirado por uma professora de português na rede pública. Com o passar do tempo, o gosto por escrever deixou de ser só um hobbie e se transformou em uma forma muito íntima de expressar seus sentimentos e vivências.

 “O estigma associado a viver na favela muitas vezes faz com que ninguém espere que você chegue aonde estou agora. Nem mesmo eu acreditava totalmente nisso. Mas meu livro é a prova de que a favela também sonha e tem a capacidade de contar suas próprias histórias, não apenas sobre violência e criminalidade, mas também sobre arte e poesia. Tenho imenso orgulho de ser conhecido como o escritor do Morro do Castro e de levar o nome da minha favela para o mundo”, define o autor.

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