Propostas para conter o uso excessivo de bets estão sendo preparadas pela equipe de Fernando Haddad
Com o objetivo de combater o uso descontrolado de apostas entre a população, o governo federal está preparando medidas de monitoramento mais rigorosas, focadas na identificação de jogadores que possam apresentar sinais de dependência psicológica. A nova regulamentação, que está sendo finalizada pela equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, irá exigir que todas as apostas realizadas no país sejam monitoradas por CPF, permitindo maior controle sobre os perfis de quem aposta, sem comprometer o sigilo das informações pessoais.
“O sistema vai permitir o acompanhamento detalhado das apostas, jogador por jogador. Será possível, de forma confidencial, identificar aqueles que apresentam um comportamento de dependência. Vamos criar alertas para monitorar essa situação e atuar quando necessário”, afirmou Haddad em uma coletiva na última quarta-feira (25). A medida faz parte de uma série de propostas que visam não só regulamentar o mercado de apostas, mas também proteger os apostadores, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade.
A iniciativa surge após a divulgação de dados alarmantes pelo Banco Central, que apontou que beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em apostas via Pix apenas no mês de agosto. O presidente Lula, ao tomar conhecimento desses números, pediu urgência ao governo na criação de mecanismos que impeçam o uso de benefícios sociais para jogos de azar. A regulamentação também proibirá que os cartões de benefícios, como o do Bolsa Família, sejam utilizados para realizar apostas, como destacado pelo ministro Wellington Dias, responsável pelo programa social.
Além disso, as novas regras sobre apostas vêm no rastro de uma ampla discussão no Congresso Nacional. A legislação que regulamenta os jogos de “quota fixa” – como apostas esportivas e cassinos online – foi aprovada no fim de 2023, mas está em constante debate devido aos seus impactos sociais. Parlamentares da base governista e da oposição já apresentaram propostas para restringir ainda mais o acesso ao jogo, especialmente entre beneficiários de programas sociais e jovens, que têm se mostrado um dos públicos mais afetados.
Uma pesquisa Datafolha, publicada no início do ano, revelou que 30% dos jovens brasileiros entre 16 e 24 anos já fizeram algum tipo de aposta, um número que dobrou em relação à média nacional de 15%. Essa estatística reforça a necessidade de um monitoramento mais próximo, que ajude a controlar o avanço das apostas entre o público jovem e evitar que o vício em jogos prejudique ainda mais essa faixa etária.
Por 247