Policiais envolvidos no plano “Punhal Verde e Amarelo” – que visava assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro do STF Alexandre de Moraes, e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) – montaram um “quartel-general” em áreas específicas de Brasília para coordenar as ações criminosas.
Segundo a Polícia Federal (PF), regiões da Asa Sul, Sudoeste e, especialmente, o Parque da Cidade, nas proximidades do restaurante Gibão, foram utilizadas como pontos estratégicos pelos suspeitos. A Operação Contragolpe, deflagrada na terça-feira (19/11), prendeu quatro militares e um policial federal envolvidos no esquema.
Em 15 de dezembro de 2022, os acusados posicionaram-se nessas áreas, aguardando ordens para “possivelmente, executar ações com o objetivo de prender Alexandre de Moraes”. Um dos suspeitos informou estar no estacionamento em frente ao restaurante Gibão, enquanto outro confirmou sua localização. Na sequência, foi determinado que todos “mantivessem posição”. No entanto, ao receberem a notícia de que a votação do orçamento secreto havia sido adiada, o comando do grupo ordenou o cancelamento da operação.
Planos de ataque
O grupo considerava diferentes métodos para assassinar Moraes, incluindo explosivos e envenenamento. Conforme a PF, os conspiradores aceitavam “danos colaterais”, o que incluía a eliminação de toda a equipe de segurança do ministro e até mesmo a possibilidade de morrerem durante a execução do plano.
Um documento, encontrado nas investigações, detalhava os passos para o golpe de Estado, incluindo reconhecimento operacional e armamentos necessários. Esse material foi elaborado pelo general da reserva Mário Fernandes, enquanto ocupava o cargo de secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República, no governo de Jair Bolsonaro.
Desarticulação do grupo
Autorizada por Alexandre de Moraes, a Operação Contragolpe teve como alvo os chamados “kids pretos”, militares da ativa e da reserva, além de um policial federal. Entre os presos estão:
- General da reserva Mário Fernandes, atualmente assessor do deputado federal Eduardo Pazuello.
- Tenente-coronel Helio Ferreira Lima.
- Major Rodrigo Bezerra Azevedo.
- Major Rafael Martins de Oliveira.
- Policial federal Wladimir Matos Soares.
A operação reforça o compromisso das autoridades em combater organizações que ameaçam a democracia brasileira e a integridade das instituições.