MILÉSIMA CIRURGIA ROBÓTICA CONSOLIDA PIONEIRISMO DA REDE ESTADUAL DE SAÚDE DO RJ

O Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), no Rio de Janeiro, alcançou um marco expressivo com a realização da milésima cirurgia robótica desde o início do programa, em 2019. O médico anestesista Alberto Freaza, que atua no Hospital Pedro Ernesto desde residente, integra equipes médicas responsáveis por cirurgias com o robô e ressalta a importância do uso desta tecnologia como um avanço significativo para o SUS.

“Chegar à milésima cirurgia robótica no Hospital Pedro Ernesto é um orgulho. Espero que consigamos dobrar este número, chegar a mais de 2 mil cirurgias e oferecer essa tecnologia para a população que mais precisa, a população do SUS, que é um dos maiores sistemas de saúde do mundo, vale a pena investir. A cirurgia robótica é bem precisa e com as indicações certas, reduz os riscos do pós-operatório, diminui a dor intra e pós-operatória. Conseguimos reduzir as doses de anestesias e diminuir os estímulos de dor e tem uma alta mais precoce”, destacou Damião.

Entre os pacientes beneficiados, está a cozinheira Maria da Conceição Diniz, de 42 anos. Ela foi a milésima pessoa a passar pelo procedimento robótico no HUPE, para tratar uma endometriose profunda que a afetava há seis anos. A cirurgia aconteceu no dia 7 de abril e, cinco dias depois, ela já estava em casa. Maria relata que a recuperação foi significativamente mais tranquila do que em cirurgias anteriores.

“Consegui andar, tomar banho e até lavar o cabelo logo depois. As outras operações foram mais simples, mas o pós-operatório foi muito mais difícil. Viva a robótica”, comemora a cozinheira, que iniciou seu tratamento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Itaboraí, na região Metropolitana do estado, e encaminhada à cirurgia no Hupe por meio do Sistema Estadual de Regulação (SER).

O equipamento de última geração, modelo Da Vinci com plataforma XI também é utilizado, além da ginecologia, em outras especialidades como urologia, cirurgia geral e cirurgia torácica. A unidade tem condições de fazer um procedimento por dia com o robô, dividindo os agendamentos entres as especialidades.

A tecnologia possibilita ainda que o paciente sinta menos dores, reduz ao mínimo o risco de sangramento durante a operação, propiciando diagnósticos mais rápidos e descobertas de doenças ainda na fase inicial. No caso da endometriose, em geral, são feitos três furos na região onde passará pelo procedimento com uso do robô.

Ronaldo Damião, membro da Academia Nacional de Medicina e pró-reitor de Saúde da Uerj, destaca que o robô é uma ferramenta extremamente importante para a realização principalmente de cirurgias complexas em especialidades como ginecologia, em cirurgias de tórax, abdominal.

 

Investimentos de R$16 milhões

A implantação da tecnologia aumentou o movimento cirúrgico do HUPE e propiciou a inclusão de cirurgias de alta complexidade para atendimento de usuários do SUS na unidade. O Programa de Cirurgia Robótica do HUPE-UERJ possibilitou ainda um maior fluxo de leitos no hospital devido à rapidez com que os procedimentos acontecem. O Governo do Estado investiu R$16 milhões no programa.

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