Meu mundo caiu – Outros países na coleção do Mian na Z42 Arte
A exposição “Meu mundo caiu – Outros países na coleção do Mian”, que será inaugurada no dia 11 de setembro na galeria Z42 Arte, no Cosme Velho, Rio de Janeiro, traz um recorte inédito da coleção do Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil (Mian). Curada por Ulisses Carrilho e idealizada por Fabio Szwarcwald, a mostra reúne 120 pinturas de artistas estrangeiros de diversos países, reintroduzindo parte do acervo que não é visto desde que o museu encerrou suas atividades em 2016 por falta de financiamento.
O Mian, que foi fundado por Lucien Finkelstein, possui uma vasta coleção de cerca de 6 mil itens de 120 países, destacando-se como o maior acervo de arte naïf do mundo. A exposição atual, que foca em representações artísticas que dialogam com questões contemporâneas e geopolíticas, é uma tentativa de revitalizar o interesse pelo acervo e preservar sua permanência no Brasil.
As obras foram selecionadas para provocar reflexões sobre as realidades sociais, políticas e culturais de diversos países, desafiando as expectativas do público e buscando reposicionar a compreensão sobre o que é considerado arte naïf. Carrilho destaca que a intenção é estimular uma nova perspectiva, afastando-se de preconceitos e abordando a produção artística de maneira mais abrangente.
A mostra também conta com uma intervenção do artista Rafael Alonso, que, através de pintura imersiva, busca criar um espaço que dialoga com as obras expostas, desafiando a neutralidade típica dos ambientes museais. O título “Meu mundo caiu” remete à música icônica de Maysa e sugere uma discussão sobre desilusão e a universalidade da condição humana.
O evento é apoiado por empresas e empresários locais, e acontece em um contexto que relembra eventos marcantes, como o ataque às Torres Gêmeas e o golpe no Chile, buscando uma discussão mais ampla sobre as dinâmicas de poder e a importância de vozes diversas na arte. A exposição está disposta a questionar como a percepção de cultura e arte está moldada pelos meios de comunicação e as narrativas dominantes.