Ministro da Fazenda afirma que continuidade do bloco está prejudicada caso Javier Milei ganhe as eleições no país
O ministro da Fazenda, Fernando Hadadd, disse nesta 2ª feira (25.set.2023) que a continuidade do Mercosul está ameaçada com a possibilidade da eleição do candidato libertário, Javier Milei, para a Presidência da Argentina.
“O Mercosul está em risco sobretudo pelos eventos próximos que podem ocorrer no nosso principal parceiro comercial. Não se sabe o alcance da narrativa do candidato que lidera as pesquisas na Argentina”, disse Haddad em palestra na FGV (Fundação Getúlio Vargas), na capital paulista.
Milei foi o candidato mais votado nas eleições primárias argentinas, em agosto, e segue como favorito segundo as pesquisas de opinião divulgadas até o momento.
O candidato tem uma plataforma ultraliberal no campo da economia, em que defende, inclusive, o fim do Banco Central. Javier Milei deu declarações também contra a continuidade do Mercosul –bloco de integração regional que reúne Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, além da Venezuela, que está suspensa.
UNIÃO EUROPEIA
Para fazer contraponto a essa movimentação, Haddad declarou que acha ser importante concretizar o acordo do bloco sul-americano com a União Europeia, que está em negociação.
“O acordo com a União Europeia seria um antídoto, inclusive, contra medidas que pudessem desorganizar a região”, afirmou.
Apesar de ponderar que existem dificuldades, o ministro afirmou que acredita na possibilidade de que o acordo comercial seja assinado ainda em 2023.
“Há possibilidade de firmar um acordo com a União Europeia ainda este ano. O presidente Lula está pessoalmente empenhado nessa tarefa de firmar o acordo”, disse.
Ainda sobre o acordo, Haddad disse que há “resistência na Europa, sobretudo da França, em relação à abertura do mercado europeu a produtos brasileiros. Mas, eu penso que há também o desejo, até porque não tem muito para onde se caminhar”.
Além da Europa, Haddad avaliou que seja de interesse do Brasil estreitar laços com os Estados Unidos, principalmente para o desenvolvimento de tecnologias que reduzam o impacto ambiental da geração de energia.
“Um acordo de cooperação com os Estados Unidos seria um coroamento de uma política multilateral importante”, declarou durante a palestra.
O ministro ressaltou que nesta 2ª feira (25.set) participa de um encontro com 25 empresários norte-americanos, sobre esse tema, organizado pela Câmara de Comércio Americana.