A trajetória de Marco Antonio Ribas, mais conhecido como Marku Ribas (1947-2013), será celebrada no espetáculo “Marku Musical”, que chega ao Rio de Janeiro em janeiro de 2025 para uma temporada no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB Rio). Mineiro de Pirapora, Marku foi um artista inovador que marcou a música brasileira ao misturar soul, samba, samba rock, jazz, funk, batuque, reisado e ritmos africanos. O musical, que ficará em cartaz de 8 de janeiro a 2 de fevereiro, tem patrocínio do Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
No palco, Marku será representado pelas filhas Lira Ribas e Júlia Ribas, que assinam, respectivamente, a direção e a direção musical, com a colaboração de Ricardo Alves Jr. e Marcelo Dai. Elas estarão acompanhadas de Fatão Ribas, esposa de Marku, e outros artistas como o músico Mário Broder e o nigeriano Ìdòwú Akínrúlí. O espetáculo é baseado na autobiografia inédita de Marku e nas memórias familiares, com Mario Broder interpretando o artista nas temporadas do Rio e São Paulo.
O musical revisita a vida e obra de Marku, destacando sua busca por resgatar as raízes africanas e valorizar a cultura mesclada pela diáspora. Utilizando uma abordagem que mistura teatro, música e cinema, o espetáculo explora as experiências do artista no Caribe, América Central e África, além de suas influências e vivências. Ricardo Alves Jr., diretor do espetáculo, comenta a importância de Marku na música brasileira, destacando seu caráter inovador e sua busca pela autenticidade.
Além da apresentação, o projeto realizará um bate-papo sobre o processo criativo e a vida de Marku, com sessões acessíveis, incluindo intérprete de libras em quatro apresentações. O espetáculo também propõe uma reflexão sobre as culturas originárias e ribeirinhas do Brasil, explorando a troca cultural de matriz africana e o legado de Marku. Lira Ribas destaca a importância de revisitar essas memórias, especialmente após 10 anos da morte de seu pai, e a relevância de contar a história de um homem negro que foi tanto um artista quanto um pai presente e afetivo.
O projeto é uma homenagem à força de Marku, que, através de sua arte, buscou transmitir a verdade de sua identidade afro-indígena e sua conexão com a ancestralidade. Lira enfatiza a importância de mostrar a trajetória de Marku, não apenas como artista, mas também como pessoa, com seu amor pela família e pela música. Júlia Ribas, também envolvida no espetáculo, fala sobre a relevância cultural e histórica de Marku, ressaltando a importância de sua obra para a sociedade brasileira e a memória coletiva.
“Marku Musical” é, portanto, uma celebração da vida e obra de um dos maiores artistas da música brasileira, que continua a influenciar e inspirar gerações.