Recado às medidas fiscais da equipe econômica, militares avaliam que filme afagou público interno
Alvo de críticas pela publicação de um vídeo que refuta privilégios, a Marinha avaliou internamente que a produção foi bem sucedida em afagar os integrantes da Força e demostra que é preciso vocação para seguir a carreira militar.
A avaliação é de que o filme, visto como um recado às medidas fiscais da equipe econômica, acenou ao público interno em um momento em que há uma discussão sobre o futuro da carreira militar.
Divulgado no domingo (1⁰), o filme compara a carreira na Força à vida de cidadãos civis. Ao final de 1 minuto e 15 segundos, a peça se encerra com a frase: “Privilégios? Vem pra Marinha”.
O vídeo faz parte das comemorações dia do Marinheiro, celebrado em 13 de dezembro, e é divulgado em meio pacote de ajuste fiscal que mira as as Forças Armadas.
Na segunda-feira (2), a presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), classificou como um “grave erro”.
“Ninguém duvida que o serviço militar exige esforço e sacrifícios pessoais, especialmente da tropa que se arrisca nos treinamentos e faz o serviço pesado. Isso não faz dos militares cidadãos mais merecedores de respeito do que a população civil, que trabalha duro, não vive na farra”, escreveu Gleisi no seu perfil na rede social X.
O vídeo, que repercutiu nas redes sociais, intercala imagens de integrantes da Marinha trabalhando em situações extremas com cenas de pessoas se divertindo em festas, em reuniões de família e em momentos de lazer.
A ideia é justamente mostrar que a carreira militar tem peculiaridades e privações que não podem ser comparadas aos profissionais civis. As medidas fiscais para as Forças Armadas incluem, entre outras, o estabelecimento da idade mínima de 55 anos para passagem para a reserva.