Ministra prevê dificuldades nas negociações de financiamento climático
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defendeu que o presidente Lula decrete “emergência climática” no Brasil antes da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), a ser realizada em Belém (PA), em novembro de 2025.
Segundo a ministra, a medida seria necessária para garantir o cumprmento dos compromissos ambientais. “Temos que chegar em Belém decretando estado de emergência climática para que as ações sejam compatíveis com 1.5ºC, para que o financiamento seja compatível com [a meta de atingir o limite de] 1.5 ºC e para que os compromissos sejam compatíveis com a escolha da vida”, disse durante o seminário “De Baku a Belém: o futuro climático em debate nas COPs”. A declaração foi citada pelo Valor Econômico na quarta-feira (11).
Marina destacou que tragédias recentes provam que o Brasil atravessa uma emergência climática: “O que aconteceu no Rio Grande do Sul, o que está acontecendo no mundo, o prejuízo que isso está causando para os sistemas de produção de alimentos para todos os setores é algo para fazer com que a gente se mobilize com o sentido de urgência. Nós estamos vivendo uma emergência climática”.
Ela ainda previu dificuldades nas negociações de financiamento climático para os países mais afetados pelas mudanças, citando os EUA. “Os Estados Unidos, que ameaçam sair do Acordo de Paris, vão participar da COP 30 e é possível que em um contexto conflagrado como esse possa haver bloqueio de negociação e impedir que se tenha qualquer debate ou solução sobre financiamento, o que seria o pior dos mundos”, disse.