Ao Correio, o presidente da Embratur comentou nesta segunda (5/2) os fatores que contribuíram para o recorde no gasto de turistas estrangeiros no Brasil em 2023, de US$ 6,9 bilhões
Para o presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Marcelo Freixo, o aumento dos voos internacionais e a defesa da sustentabilidade pelo Brasil foram fatores decisivos para o recorde no gasto de turistas estrangeiros em 2023. O valor foi divulgado nesta segunda (5/2) e chegou a US$ 6,9 bilhões, ultrapassando o arrecadado no ano da Copa do Mundo, em 2014, com US$ 6,8 bilhões.
Ao Correio, Freixo avaliou 2023 como um momento de “arrumar a casa”. Para 2024, a meta da Embratur é elevar o patamar da promoção internacional e investir em tendências, como o turismo audiovisual e o afroturismo.
“O presidente Lula reconectou o Brasil com o mundo e os resultados estão aparecendo. Na agenda internacional de Lula, quando o Brasil retoma os compromissos climáticos e o respeito à democracia, o turismo ganha protagonismo como um modelo de desenvolvimento que está em sintonia com a agenda da sustentabilidade e de valorização da diversidade que o mundo almeja”, respondeu o presidente da Embratur, questionado sobre o recorde.
Mais cedo, Freixo divulgou uma nota celebrando o resultado. Também hoje, a ONU Turismo declarou que o Brasil é o país da América do Sul que mais arrecadou dos turistas estrangeiros no ano passado. Além da agenda sustentável, Freixo atribuiu o crescimento à expansão da malha aérea.
“Em 2023, o número de voos internacionais aumentou 40% e começamos 2024 ultrapassando a conectividade que tínhamos na pré-pandemia, o que foi fundamental para nosso resultado. O interesse por conhecer o Brasil no mundo é crescente, mas a decisão de vir visitar o Brasil passa pela facilidade de voos, de conectividade”, destacou.
Afroturismo e audiovisual
Para este ano, a Embratur visa apostas inovadoras, como o afroturismo. A prática valoriza o turismo em comunidades negras como forma de gerar renda e divulgar a importância da cultura e das religiões de origem africana. Além disso, está no radar a criação de uma film comission nacional, um órgão que atuará com o Ministério da Cultura e com produtoras brasileiras para incentivar a divulgação das obras nacionais. A iniciativa será inspirada no modelo espanhol, considerado referência global.
“No audiovisual, por exemplo, temos dados de pesquisas internacionais que apontam que as pessoas que assistiram conteúdos brasileiros são 3,5 vezes mais propensos a escolher o Brasil como principal destino para conhecer na próxima viagem”, disse Freixo. “Conversamos com a film comission da Espanha no início do ano, em uma reunião em Madrid, para entendermos as melhores práticas. O Brasil tem imensa diversidade de cenários para que produtores nacionais e internacionais possam filmar aqui seus filmes”, acrescentou.
Por Victor Correia – CB