MAIS MÉDICOS: PROGRAMA TERÁ 1,5 MIL NOVOS PROFISSIONAIS

Em entrevista ao CB.Poder, secretário de Atenção Primária à Saúde avalia os resultados da iniciativa, que completou 10 anos

O programa Mais Médicos receberá nos próximos dias cerca de 1,5 mil novos profissionais para atuação no Sistema Único de Saúde (SUS), em diversos municípios do país. Em entrevista ao CB.Poder — parceria entre Correio Braziliense e TV Brasília — o secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Felipe Proenço de Oliveira, avaliou os bons resultados da iniciativa, que recentemente completou 10 anos.

Lançado originalmente em 2013 e descontinuado em 2019, o programa foi retomado no ano passado e inclui hoje 700 municípios. De acordo com o secretário, foi preciso mais que dobrar o número de médicos para chegar às localidades de maior necessidade. “Nos próximos dias, mais 1.500 médicos estão em deslocamento para iniciarem a atuação nos municípios junto às comunidades. Além disso, temos chamadas que estão vigentes no edital do Mais Médicos para incluir mais profissionais para essas localidades com essas 28 mil vagas preenchidas. Ou seja, saímos de 13 mil vagas preenchidas para 28 mil”, disse.

Mais Médicos: 82% dos municípios brasileiros contam com o programa

A ampliação chegou a 82% dos municípios brasileiros: “O dado mais importante é que, naqueles lugares mais vulneráveis, que têm maior necessidade da saúde da família e maior necessidade da presença do médico, 60% dos médicos dessas cidades são do programa Mais Médicos.”

Novo PAC deve entregar 400 unidades de atendimento odontológico móvel

Na avaliação de Oliveira, o programa passou por momentos de descaracterização, o que ocasionou uma diminuição do número de participantes, que chegou a preocupar o Ministério da Saúde. “Talvez o dado que mais represente essa preocupação é que, no início do ano passado, mais de 5 mil equipes de saúde da família estavam sem um profissional médico”, afirmou.

Entre os resultados, destacam-se o aumento na cobertura da atenção primária, com a redução de óbitos evitáveis e uma economia de R$ 30 milhões em internações no SUS. Além disso, houve uma redução modesta na taxa de mortalidade infantil em municípios com indicadores mais elevados antes do programa.

“Isso demonstra o acerto da política pública de garantir a presença desse profissional nos lugares onde há mais necessidade, sejam municípios de menor porte, seja nas grandes cidades e suas periferias, onde é fundamental contar com a presença desse profissional”, destacou o secretário.

De acordo com a pasta, a média de permanência do médico em uma equipe de Saúde da Família chega a no máximo 11 meses em cada localidade. A média de permanência histórica do Mais Médicos já é maior, em torno de um ano e nove meses. O período de pelo menos dois anos é considerado fundamental para conhecer a comunidade e desenvolver ações.

Indígenas

O projeto chegou até as comunidades indígenas Yanomamis com 29 profissionais atuando nos territórios indígenas. Os profissionais alocados passarão por capacitação na próxima semana junto ao Ministério da Educação para o uso de um novo remédio para malária, com dose única. “Houve um crescimento importante no âmbito geral da saúde indígena”, destacou o chefe da Atenção Primária.

Outra frente que deve impulsionar o programa são os investimentos do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) na saúde primária brasileira e a criação das Unidades Odontológicas Móveis, que irão democratizar a saúde bucal em localidades mais remotas e necessitadas.

“Naquelas unidades rurais mais distantes, vai a van com o consultório dentário para que se possa realizar o atendimento daquela população. Volta a se ter um investimento na estrutura para o atendimento da atenção primária à saúde.”

Por Marina Dantas – CB

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