MAIORES MUNICÍPIOS PERDEM PARTICIPAÇÃO NO PIB, MAS 11 AINDA TÊM 25% DA RIQUEZA

Cidade de São Paulo ainda concentra 9,2%, mas perdeu 3,5 pontos percentuais em duas décadas

Os resultados do PIB por município em 2021, divulgados nesta sexta-feira (15) pelo IBGE, mostram continuidade da tendência de desconcentração, apesar de poucos locais ainda responderem por grande parte da riqueza. Apenas 11 cidades concentram quase 25% do PIB brasileiro. Em 2002, eram menos ainda: quatro.

De 2020 para 2021, as cinco quedas mais intensas de participação foram de São Paulo (-0,6 ponto percentual), Rio de Janeiro (-0,4), Brasília (-0,3), Belo Horizonte e Porto Alegre (-0,1 ponto nos dois casos). Mesmo assim, São Paulo lidera, com 9,2%, bem à frente do Rio (3,99%). (Confira abaixo os 20 municípios com maior participação.) A capital paulista perdeu 3,5 pontos percentuais em relação a 2002.

Petróleo impulsiona Maricá

Já os cinco municípios com maiores ganhos de participação foram Maricá (RJ, mais 0,5 ponto percentual), Saquarema (RJ, 0,3), Niterói (RJ, 0,2) São Sebastião (SP) e Campos dos Goytacazes (RJ), ambos com mais 0,1 ponto percentual. “Na lista dos 25 municípios com maior participação no PIB, as novidades foram as entradas de Maricá (RJ) e Itajaí (SC), e as saídas de Sorocaba (SP) e Uberlândia (MG)”, informa o IBGE.

“O bom desempenho de Maricá se deve à extração de petróleo e gás. Já os cinco municípios que diminuíram sua participação foram influenciados pelos serviços, sobretudo as atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados em São Paulo e Porto Alegre, administração pública em Brasília e Belo Horizonte, e atividades profissionais, científicas e técnicas, administrativas e serviços relacionados no Rio de Janeiro”, diz Luiz Antonio de Sá, analista de Contas Regionais do instituto.

Metade do PIB em 87 municípios

Ainda em 2021, 87 cidades representavam, aproximadamente, 50% do PIB e 36,7% da população. Em relação a 2002, Manaus subiu da sétima posição para a quinta, Curitiba foi da quinta para a sexta e Osasco, da 16ª para a sétima. Outro município que perdeu posição foi Porto Alegre (da sexta para a nona). Maricá saltou da 354ª, em 2002, e da 26ª, em 2020, para a oitava no ano seguinte. Também Subiram Guarulhos (da 14ª para a 10ª) e Fortaleza (da 12ª para a 11ª).

“Entre as 185 concentrações urbanas existentes no país em 2021, 132 perderam e 53 aumentaram sua participação no PIB nacional, confirmando a tendência de desconcentração”, destaca o IBGE. “As grandes concentrações urbanas foram as que tiveram as maiores perdas.” Das 53 que subiram, só seis eram consideradas grandes concentrações.

Em relação ao perfil econômico dos municípios, informa ainda o IBGE, a principal atividade em 43,2% inclui administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social. Nos estados de Amazonas, Roraima, Amapá e Paraíba, acima de 90%. No Paraná, 6,3%. Em 358 cidades a atividade principal era a indústria de transformação, com a maior parte concentrada nas regiões Sudeste e Sul.

Municípios com maior participação do PIB em 2021

São Paulo (9,20%)

Rio de Janeiro (3,99%)

Brasília (3,18%)

Belo Horizonte (1,17%)

Manaus (1,15%)

Curitiba (1,09%)

Osasco (0,96%)

Maricá (0,95%)

Porto Alegre (0,91%)

Guarulhos (0,86%)

Fortaleza (0,81%)

Campinas (0,81%)

Niterói (0,74%)

Salvador (0,70%)

Goiânia (0,66%)

São Bernardo do Campo (0,65%)

Barueri (0,64%)

Jundiaí (0,64%)

Recife (0,61%)

Duque de Caxias (0,59%)

Outros dados do PIB 2021

Entre as 185 concentrações urbanas do país, 132 perderam e 53 aumentaram sua participação no PIB nacional entre 2020 e 2021

A cidade de São Paulo concentrou 9,2% do PIB do país, ante 9,8% no ano anterior

Onze municípios responderam por quase 25% do PIB nacional: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Manaus, Curitiba, Osasco (SP), Maricá (RJ), Porto Alegre, Guarulhos (SP) e Fortaleza

O número de municípios brasileiros onde a agricultura era a atividade principal subiu de 1. 049 em 2020 para 1. 272 em 2021

Em 2021, os três municípios com os maiores PIB per capita tinham nas indústrias extrativas sua principal atividade econômica: Catas Altas (MG), Canaã dos Carajás (PA) e São Gonçalo do Rio Abaixo (MG)

Por Vitor Nuzzi –  RBA

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