Esta é a primeira greve da Associação Internacional de Estivadores desde 1977 e afeta 36 portos que movimentam uma variedade de produtos em contêineres
Reivindicando melhores salários, os estivadores da costa Leste dos EUA e da costa do golfo anunciaram sua primeira greve de grandes proporções em quase 50 anos nesta terça-feira (1º), interrompendo o fluxo de cerca de metade do transporte marítimo do país.
De acordo com a Reuters, a greve dos estivadores está bloqueando tudo, de alimentos a embarques de automóveis em dezenas de portos do Maine ao Texas, em uma interrupção que analistas alertaram que custará à economia norte-americana bilhões de dólares por dia, além de poder afetar as taxas de emprego e impulsionar a inflação.
Na segunda-feira (30), o sindicato Associação Internacional de Estivadores (ILA, na sigla em inglês), estava negociando um novo contrato de seis anos com o grupo de empregadores da Aliança Marítima dos Estados Unidos (USMX, na sigla em inglês). Porém, a proposta final dos empregadores foi rejeitada por não aceitar algumas das demandas do sindicato, que representa cerca de 45.000 trabalhadores do setor.
“Estamos preparados para lutar o tempo que for necessário, para permanecer em greve pelo tempo que for necessário, para obter os salários e as proteções contra a automação que nossos membros da ILA merecem”, disse Harold Daggett, líder da ILA, nesta terça-feira, segundo a apuração.
Esta é a primeira greve da ILA desde 1977 e afeta 36 portos que movimentam uma variedade de produtos em contêineres. De acordo com a mídia, o movimento afeta todas as empresas que dependem do transporte marítimo — importação ou exportação — e preocupam os agentes da economia norte-americana.
Somente nos portos da área da cidade de Nova York, há quase 100.000 contêineres esperando para serem descarregados e 35 navios porta-contêineres indo para Nova York já na próxima semana, segundo o diretor-executivo da Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey, Rick Cotton.
A disputa também coloca o presidente dos EUA, Joe Biden, em uma posição difícil já que ele se orgulha de ser um “presidente sindicalista”, enquanto nenhuma solução aparente foi apresentada para o impasse, no momento em que a vice-presidente Kamala Harris está em uma disputa eleitoral acirrada contra o ex-presidente republicano Donald Trump (2017-2021).
Ainda segundo a apuração, o chefe de gabinete da Casa Branca, Jeff Zients, e a principal conselheira econômica Lael Brainard pediram aos membros do conselho da USMX em uma reunião na segunda-feira que resolvessem a disputa de forma justa e rápida, mas a administração de Biden descartou repetidamente o uso de poderes federais para interromper uma greve em caso de impasse.
Por 247