Presidente reiterou que combate aos desequilíbrios climáticos pressupõe redução da desigualdade
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fez um balanço de suas viagens à França e Itália, onde participou de importantes reuniões e encontros com líderes políticos e representantes internacionais, fez declarações enfatizando a necessidade de combater a desigualdade e fortalecer a governança global. “Ontem, quando falei da luta contra a desigualdade junto com a luta pelo clima, é porque a desigualdade hoje é maior do que era. E precisamos nos indignar enquanto sociedade contra isso. Em uma reunião como a que tivemos ontem, a questão do Haiti não entrar em pauta, é como se não fosse uma questão de ninguém, mas na verdade é um problema de todos nós”, afirmou.
Durante sua estadia na França, Lula participou de uma cúpula sobre uma nova arquitetura financeira e teve um encontro crucial com o presidente Emmanuel Macron. Um dos principais temas discutidos foi o acordo entre a União Europeia e o Mercosul, cuja ratificação ainda enfrenta obstáculos. Lula ressaltou a importância desse acordo, reconhecendo as questões que os países envolvidos têm a resolver e expressou sua esperança de que as partes possam encontrar uma solução para avançar nessa questão. “O mais importante foi o acordo entre União Europeia e Mercosul. Nós sabemos qual a questão que eles tem, eles sabem a nossa. Ficamos de responder a carta adicional da União Europeia e espero que tenhamos capacidade e sabedoria de resolver esse assunto”, pontuou Lula.
Além disso, o presidente destacou a necessidade de se combater a desigualdade global. Lula salientou que a desigualdade atual é maior do que antes e instigou a sociedade a se indignar contra essa realidade. Ao abordar a governança global, o presidente destacou a importância de uma estrutura forte para efetivar mudanças significativas. Ele mencionou a Conferência das Partes (COP) sobre o clima que ocorrerá nos Emirados Árabes no final do ano e ressaltou a necessidade de garantir que os acordos internacionais aprovados também sejam efetivados nos congressos nacionais dos países. Lula citou o Acordo de Paris como exemplo, destacando sua importância ambiental, mas também apontando sua inefetividade devido à falta de mecanismos de cobrança e monitoramento. Ele enfatizou que a estrutura da Organização das Nações Unidas (ONU), criada em 1945, precisa ser atualizada para representar os desafios e realidades do mundo atual. “Sem uma governança global forte, temos pouca chance de ver as coisas acontecendo. Vamos ter uma COP nos Emirados Árabes no final do ano, mas muitas vezes as coisas que são aprovadas internacionalmente não são aprovadas nos congressos nacionais dos países. Um exemplo é o Acordo de Paris, talvez um dos melhores já feitos na questão ambiental, mas que não é efetivo, porque não há quem faça a cobrança. A ONU de 1945 não representa mais a ONU de 2023”, destacou Lula.
Além das questões políticas e ambientais discutidas, o presidente Lula também mencionou encontros com representantes de governos africanos durante sua estadia na França. Essa interação evidencia seu interesse em fortalecer as relações entre o Brasil e os países africanos, além de ressaltar a importância do continente na agenda global.
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