A exposição “Pedra, metal e madeira” de Luiz Zerbini é uma exploração fascinante das possibilidades artísticas que surgem da combinação de diversas técnicas e materiais. Ao apresentar um corpo de trabalho que abrange gravuras e monotipias, Zerbini se permite um espaço de experimentação, onde a tradição se encontra com a inovação. A escolha de trabalhar com a gravura e a monotipia não apenas amplia seu repertório técnico, mas também enriquece o diálogo entre o artista e a natureza, trazendo para o centro do seu trabalho a interação com a matéria e as formas orgânicas.
A relação entre Zerbini e o gravador João Sanchez se revela crucial na densidade e na vitalidade das obras. A colaboração entre os dois artistas destaca a importância do processo no trabalho artístico; os resultados não são apenas o produto final, mas sim o fruto de uma troca intensa e colaborativa que oferece nova vida e novas interpretações ao que Zerbini já criou. As monotipias, que permitem a inserção de elementos naturais, e as gravuras, que desafiam a precisão do traço, ilustram um movimento de expansão da arte que, ao mesmo tempo, mantém uma forte conexão com as tradições artísticas.
O texto enfatiza o aspecto do “trabalho” na arte, uma ideia que sugere que a prática artística é, em essência, uma investigação contínua. A maneira como Zerbini aborda suas obras, mesclando a beleza com uma consciência das tragédias contemporâneas, reflete uma sensibilidade que transcendendo a mera estética, criando um espaço de reflexão sobre os contrastes e conflitos do mundo atual.
Assim, “Pedra, metal e madeira” não é apenas uma exposição que apresenta novas obras, mas um convite para o espectador perceber o movimento entre o que já foi feito e o que ainda está por vir, resulta em uma dinâmica respiratória que reforça a ideia de que a arte está em constante evolução. Com isso, Zerbini reafirma seu lugar no panorama artístico contemporâneo, navegando pelas tensões entre a tradição e a inovação, entre o controle e a spontaneidade, revelando um frescor criativo que nos instiga a refletir sobre a essência da arte e seu papel no mundo.
Abertura: 4 de setembro, das 18h às 21h
Período expositivo: até 01 de novembro de 2024