Setor registrou resultado operacional de R$ 1,87 bilhão, contra prejuízo de R$ 1,66 bilhão de janeiro a março de 2023
No primeiro trimestre deste ano, as operadoras de planos de saúde registraram um lucro líquido de R$ 3,1 bilhões, o melhor resultado desde 2019, indicando um crescimento de 395,9% em relação ao mesmo período de 2023. Isso foi revelado pelo Painel Econômico-Financeiro da Saúde Suplementar, divulgado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) nesta quarta-feira. Durante este período, as empresas do setor também viram um lucro operacional de R$ 1,87 bilhão, em comparação com um resultado negativo de R$ 1,66 bilhão no ano anterior.
O setor da saúde suplementar como um todo, que inclui planos médicos hospitalares, administradoras de benefícios e planos odontológicos exclusivos, apresentou um lucro líquido de R$ 3,3 bilhões, sinalizando uma recuperação para os níveis pré-pandêmicos.
A melhora no desempenho financeiro está atribuída, em grande parte, aos aumentos significativos nas mensalidades dos planos de saúde, particularmente nos planos coletivos, que compreendem 83% do mercado. Além disso, medidas como a verticalização e mudanças nos modelos de pagamento também contribuíram para esses resultados positivos.
Apesar disso, as práticas das operadoras, como cancelamentos unilaterais de contratos e reajustes sem transparência, têm gerado preocupação entre os consumidores e observadores do setor. Jorge Aquino, diretor da ANS, reconheceu que os aumentos nas mensalidades foram o principal impulsionador dos lucros, mas ressaltou a necessidade de cuidado para manter esse ciclo de prosperidade.
Marina Magalhães, pesquisadora do programa de Saúde do Idec, destacou que, embora os lucros tenham retornado aos níveis pré-pandêmicos, as práticas das empresas podem estar impactando negativamente os consumidores, sugerindo que parte do crescimento está ocorrendo às custas da saúde e da vida dos usuários.