LINIKER É IMORTALIZADA NA ACADEMIA BRASILEIRA DE CULTURA E SE TORNA 1ª TRAVESTI A OCUPAR CADEIRA

Cerimônia realizada na terça, na Fundação Cesgranrio, no Rio de Janeiro, consagrou a artista de Araraquara (SP). Outros 12 membros também foram nomeados imortais.

Cantora, compositora, atriz, artista visual, empresária, produtora e, agora, imortal na Academia Brasileira de Cultura (ABC): essa é Liniker, mulher preta trans, nascida em Araraquara (SP). Ela é a primeira artista travesti a ser admitida no ‘seleto grupo’.

Além da artista araraquarense, outras 12 personalidades também foram incluídas no grupo. A cerimônia de nomeação ocorreu no campus da Fundação Cesgranrio, no Rio de Janeiro (RJ), na terça-feira (14). (veja vídeo com discurso de Liniker abaixo).

“Estar em pé no Brasil, sendo uma travesti preta, é muito difícil. Ser a primeira vez que uma travesti é empossada na Academia Brasileira de Cultura é muito importante e é fundamental para a cultura do nosso país, que abre esse mapa de diversidade, esse mapa de excelência, porque, sim, somos excelentes”, disse no discurso após a posse.

Nas redes sociais, Liniker compartilhou com os seguidores a emoção de ter se tornado uma ‘imortal’.

“Eu ainda nem sei o que falar com tamanha honraria que recebo. Assumir esse lugar, a cadeira 51, que foi de Elza Soares nossa eterna voz, no Brasil em que vivemos, com os recortes que perpassam meu corpo, é surreal e gigantesco. Nunca achei que seria possível ser considerada assim, por não imaginar mesmo, por ser distante”.

A artista de 28 anos agradeceu o apoio da família, dos amigos e dos fãs e lembrou que esse é um capítulo da história que está sendo escrito diante dos nossos olhos.

Por Ana Marin, Ana Julia Storti*, g1 São Carlos e Araraquara

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