LILIA SCHWARCZ TOMA POSSE NA ABL E MENCIONA AS ‘POPULAÇÕES MINORIZADAS’ NO BRASIL

A estudiosa defendeu a continuidade de um processo de abertura da Academia Brasileira de Letras a ‘populações negras, indígenas, mulheres e LGBTQIA+’

A historiadora Lilia Schwarcz, de 66 anos, tomou posse nesta sexta-feira (14) como integrante da Academia Brasileira de Letras, na sede da ABL, centro do município do Rio de Janeiro (RJ). A estudiosa ocupa a cadeira número 9, que era do diplomata e historiador Alberto da Costa e Silva, a quem a autora chama de “um segundo pai”. Ele morreu em novembro de 2023, aos 92 anos.

“As instituições públicas e privadas têm o papel de encampar lutas da sociedade brasileira. Uma luta muito forte é pela diferença. Entro na ABL no momento em que a Academia dá vários sinais de abertura para as populações negras que são maioria, mas minorizadas na representação, abertura para a população LGBTQIA+, para indígenas, para mulheres”, disse Schwarcz ao jornal Folha de S.Paulo.

A historiadora comentou sobre Costa e Silva. “É uma amizade de mais de 30 anos. Uma amizade feita com projetos, reuniões, telefonemas semanais, viagens. O Alberto é uma grande influência afetiva. Eu perdi meu pai muito jovem, não nego que Alberto ocupou um lugar. Ele me chamava de filha. Ele era também uma influência intelectual tremenda, sobretudo nessa defesa incansável de populações que ficaram tanto tempo sem os direitos mais básicos da República. Alberto sempre denunciou o racismo”.

A cerimônia teve presença da ministra do Supremo Tribunal Federal Carmen Lúcia, do ministro dos Direitos Humanos no governo federal, Silvio Almeida, e do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante. Também compareceram ao evento nomes como a atriz Fernanda Montenegro, o compositor Gilberto Gil e os escritores Ailton Krenak e Ruy Castro.

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