LÍDER DO PDT DIZ QUE “DEMISSÃO DE LUPI SERÁ CONSIDERADA A DEMISSÃO DO PARTIDO”

Mário Heringer reafirma que a legenda não fará nova indicação para o Ministério da Previdência e defende investigação sobre irregularidades

O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG), declarou que, caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) opte pela demissão do ministro Carlos Lupi do Ministério da Previdência, o partido considerará essa decisão como a sua própria demissão. “Na minha opinião, se Lupi for demitido, acho que ele [Lula] estará demitindo o partido. O partido não tem que colocar substituto de maneira alguma”, afirmou Heringer ao Poder 360.

O deputado também se posicionou sobre a possibilidade de Lupi pedir demissão, defendendo que o PDT não indicaria um novo nome para o ministério: “Advogo a posição que nenhum de nós volte para esse ministério, porque não há possibilidade de a gente fingir que o nosso companheiro não foi atingido”, disse.

Heringer ressaltou que o PDT vinha buscando um espaço maior no governo para implementar políticas públicas. Ele argumentou que o Ministério da Previdência “só traz ônus” para o partido, afirmando que a sigla precisaria de outra função, especialmente por apoiar “fielmente” o governo. “Não tem sentido a gente abraçar somente o ônus e não ter o bônus por apoiar o governo”, completou.

O líder do PDT também revelou que foi contra aceitar o convite de Lula para assumir a Previdência. “É o Ministério que só dá problema, que todo mundo só sabe julgar a culpa nele sobre tudo, inclusive punindo os aposentados brasileiros com reformas de Previdência”, criticou.

Para Heringer, a Previdência se tornou “o patinho feio” do governo, com o INSS sendo alvo de reclamações tanto da população quanto do empresariado. “E ninguém quer ser pai do patinho feio”, disse.

Sobre o andamento das investigações de irregularidades no Ministério da Previdência, o deputado afirmou que é um ministério com grande volume orçamentário, o que atrai interesses de diferentes atores, desde negociantes até ladrões. “Agora, os ladrões é que não podem prevalecer. E é isso que nós temos que fazer, investigar profundamente isso e ir ao cerne da questão: quem são os ladrões?”, declarou, enfatizando a necessidade de uma investigação séria.

Heringer destacou ainda que o crime relacionado às irregularidades não pode ser atribuído exclusivamente ao governo atual. “Isso é um crime que está inserido dentro do intestino das instituições públicas do Brasil, que quando muda o governo, não muda aquela turma. E isso não é para culpar nem governo de um, nem governo do outro”, afirmou. No entanto, ele fez questão de garantir que o PDT não tem qualquer responsabilidade no caso, afirmando ter “certeza absoluta” de que a sigla está isenta.

Por fim, o líder do PDT fez um alerta sobre o ritmo das investigações, citando que, em casos grandes como este, as denúncias não são resolvidas de forma imediata. “Até porque, ela sendo muito grande, tem diversos atores envolvidos e precisa ser uma investigação lenta, conforme foi feita pela CGU, pela Polícia Federal, pelo Ministério da Justiça, órgãos que têm a função de fazer isso”, concluiu.

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