O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, negou na quarta-feira (21/5), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que o governo federal tenha negociado com o crime organizado uma trégua durante a realização da Cúpula do G20, no Rio de Janeiro, no final do ano passado.
A declaração de Lewandowski respondeu a uma questionamento feito por deputados federais, relacionado a uma informação divulgada pelo jornal O Globo. A Polícia Federal (PF) descobriu que a facção criminosa Comando Vermelho (CV) teria ordenado trégua de crimes no período da reunião do G20 no Rio, a pedido de um “representante das autoridades”.
A ordem teria partido da cúpula do CV. O traficante Arnaldo da Silva Dias, o Naldinho, teria enviado comunicado a um comparsa em que determinava que “segurasse sete dias sem guerras e roubo”, durante o G20, em 2024. A PF, no entanto, não descobriu de quem partiu o pedido.
Lewandowski negou que governo federal tenha negociado qualquer trégua com a facção. “Nós não compactuamos com o crime, de forma nenhuma. Jamais alguém do setor foderal, das forças de segurança federal, pediu trégua ao crime organizado. Isso seria impensável. Na verdade, nós combatemos o crime organizado de forma intensa, diuturna, permanente”.
O ministro ainda exemplificou que, somente neste ano, o governo federal atuou na descapitalização, em R$ 6 bilhões, do crime organizado, graças a apreensões em bens e dinheiros pela Polícia Federal. Ele compareceu a CCJ, na tarde desta quarta-feira (21/5), para debater a PEC da Segurança Pública, de autoria do governo federal.
Por Mateus Salomão – Metrópoles