Presidente do PSD prevê candidatura de Tarcísio apenas em 2030 e critica desempenho econômico do governo Lula
O presidente do PSD, Gilberto Kassab, fez declarações contundentes em um encontro com empresários na última terça-feira (19), durante um evento organizado pelo grupo Esfera Brasil. Segundo reportagem da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, Kassab abordou a conjuntura política e econômica do Brasil, apontando que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), tem mais chances de se candidatar à presidência da República em 2030 do que em 2026. Apesar das críticas ao governo federal, Kassab afirmou que torce pela reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Está na cara que o Tarcísio vai ser presidente da República. Aposto qualquer coisa”, afirmou Kassab. No entanto, ele avalia que uma candidatura em 2026 seria improvável, considerando a possível participação de Jair Bolsonaro (PL), ainda que inelegível ou preso. “A alternativa mais provável para o Tarcísio é disputar a reeleição como governador de São Paulo”, disse Kassab, que atualmente ocupa o cargo de secretário de Governo no estado.
“Tarcísio não tem adversário”
Kassab exaltou a gestão de Tarcísio, destacando sua alta aprovação e a ampla base de apoio político. “A minha impressão é que o Tarcísio vai realmente ser candidato para presidente em 2030. Não vejo adversário. Existe uma união tão grande de forças ao lado dele que nunca vi igual. Tarcísio é muito qualificado”, afirmou.
Para Kassab, Tarcísio é um gestor que atrai admiração até mesmo de opositores. “Só não fala que é simpático a ele o petista, porque não tem como. Mas, no bastidor, até eles reconhecem que ele está sendo um bom governador”, acrescentou.
Críticas e torcida por Lula
Embora tenha criticado o governo Lula, especialmente na área econômica, Kassab deixou claro que torce pela reeleição do presidente. Ele elogiou a trajetória de Lula, mas avaliou que o petista enfrenta dificuldades. “O Lula hoje caminha com dificuldade para a reeleição. A economia vai bem, mas não acredito que isso vai perdurar por muitos meses”, disse. Ele também mencionou o impacto de oscilações cambiais recentes, como a “explosão do dólar” que levou Lula a pedir que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelasse uma viagem à Europa.
“Eu gosto do presidente Lula. É uma judiação para ele encerrar a carreira com um mau governo. Ele tem tudo para ser de novo um grande presidente, como já foi. Mas ele não vai bem. Quando todo mundo acha que não vai bem, é porque não vai bem”, analisou Kassab.
Ainda assim, ele reconheceu que o presidente possui credibilidade e pode reverter a situação. “Eu gostaria muito que ele fosse consagrado. O país, quando votou nele [em 2022], votou na esperança de que pudesse ser o presidente que a gente queria. Espero que ele se apresente [em 2026] e merecidamente seja reeleito.”
Ambições políticas
Kassab também falou sobre seus próprios planos, admitindo o desejo de concorrer ao governo de São Paulo no futuro. “Eu acho que tenho o preparo para ser governador. Se um dia eu tiver essa circunstância, eu gostaria muito e abraçaria essa oportunidade. Mas não tenho nenhuma obstinação. É uma vontade, e me orgulho muito da minha carreira”, declarou, sendo aplaudido pelos empresários presentes.
Kassab indicou que o PSD pode repetir a estratégia de 2022, liberando seus filiados para apoiarem candidatos à presidência de diferentes partidos. Atualmente, o PSD ocupa três ministérios no governo Lula, o que reforça a importância de sua posição nas articulações políticas para 2026. Com isso, Kassab se consolida como uma das vozes mais influentes no cenário político, equilibrando críticas, apoio estratégico e ambições pessoais.
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