TJ do Rio entende que Ednaldo Rodrigues não tinha legitimidade para celebrar acordo que resultou em sua eleição; presidente do STJD assumirá como interino
O presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ednaldo Rodrigues, foi afastado do cargo pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Em decisão proferida nesta 5ª feira (7.dez.2023), os desembargadores determinaram a anulação da eleição que o colocou na presidência em 2022.
O presidente do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), José Perdiz, assumirá o cargo por 30 dias e terá que conduzir uma nova eleição.
Ednaldo sofria, havia meses, uma série de pressões internas na CBF que se intensificaram com o mau desempenho da seleção brasileira de futebol nas eliminatórias para a Copa do Mundo. Acusações de mau uso dos recursos da Confederação vieram a público, impulsionadas por opositores de Ednaldo e embasadas em documentos vazados as quais o Poder360 teve acesso.
O afastamento, no entanto, tem a ver com uma ação movida pelo Ministério Público do Rio em 2018, segundo o jornal O Globo.
À época, o MP alegou que o estatuto da confederação tinha discordâncias com a Lei Pelé (9.615/1998). Enquanto o processo tramitava, o então presidente da CBF, Rogério Caboclo, foi afastado do cargo por denúncias de assédio sexual e moral contra funcionárias.
Ednaldo Rodrigues, seu vice, assumiu interinamente e assinou, junto ao MP, um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta). O TAC possibilitou sua eleição formal em março de 2022 para um mandato de 4 anos. Na decisão proferida nesta 5ª, os desembargadores da 21ª Câmara de Direito Privado do TJ do Rio entenderam que Ednaldo não tinha legitimidade para celebrar o acordo. Com a anulação da eleição, os vices-presidentes da Confederação também foram afastados