Religioso, que nega acusações, foi suspenso de suas funções pela arquidiocese
Padre Ramon Guilherme Pitilo da Silva Ramos, que foi preso em 24 de julho sob acusação de estuprar pelo menos duas crianças na Paróquia São João Batista, em Rio das Pedras, Zona Oeste do Rio, enfrenta agora uma nova denúncia de abuso sexual. Um jovem de 20 anos, que alega ter sido vítima do religioso entre 2017 e 2018, quando tinha 14 anos, procurou a polícia um dia após a prisão do padre. Atualmente residindo em Alagoas, o jovem registrou ocorrência eletronicamente na 18ª DP (Praça da Bandeira), área responsável pelo Seminário Arquidiocesano de São José, no Rio Comprido, local onde teria ocorrido o crime. A investigação foi encaminhada à Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV).
De acordo com o rapaz, ele conheceu o padre Ramon Pitilo em 2013, aos 11 anos, enquanto fazia acompanhamento vocacional no seminário, com a intenção de também se tornar seminarista. A amizade persistiu até 2016. Entretanto, em 2017, quando entrou no seminário, a relação se aproximou e ambos conversaram sobre sexo, chegando a trocar fotos íntimas. O jovem afirma ter tido contatos íntimos com Ramon Pitilo dentro do seminário, no banheiro e em uma escada do prédio, envolvendo beijos e toques. O padre teria se aproveitado da situação, utilizando a amizade para se aproximar do jovem, que se considerava um pré-adolescente descobrindo sua sexualidade e repleto de hormônios.
Em 2018, o jovem deixou o seminário. Já em 2021, Ramon Pitilo o convidou para sua ordenação como diácono, sendo ordenado padre em maio do ano seguinte. Nessa ocasião, o rapaz teria advertido o padre, informando que o denunciaria à polícia caso ele se envolvesse em situações polêmicas com menores. O mandado de prisão contra o padre foi emitido em 21 de julho pela juíza Gisele Guida de Faria, da 1ª Vara Especializada em Crimes contra a Criança e o Adolescente. O padre se apresentou, acompanhado por seus advogados, na DCAV em 24 de julho.
A defesa de Ramon Pitilo, por meio de nota, divulgou que desconhece a nova acusação e ressaltou que o padre nega todas as denúncias de abuso sexual. O advogado, Wallace Martins, afirmou que estão apresentando farto material probatório, inclusive depoimentos de crianças da Paróquia que atestam que o padre jamais agiu de tal maneira.