Texto endossado por mais de 300 profissionais descreve o ataque como a “imagem dolorosa” do que a mídia vive no país
Mais de 300 jornalistas assinaram uma carta que repudia a invasão de criminosos no canal equatoriano TC Televisión, registrado em transmissão na 3ª feira (9.jan.2024). O texto, publicado nas redes sociais, descreve a ação como “a imagem mais dolorosa do que vive a imprensa do Equador“.
“Este é mais um exemplo de como o crime organizado tem como um dos seus alvos a imprensa. O Equador terminou 2023 como o país mais violento da América Latina. No mesmo ano, também registrou o exílio de 9 jornalistas, número inédito em nossa história. As ameaças de morte aumentaram 275%, e os ataques armados contra jornalistas também aumentaram”, diz o documento.
A carta é endossada por jornalistas do Equador, Peru, Colômbia, México, Espanha, Argentina, Venezuela, El Salvador, Brasil, Estados Unidos, Bolívia, Nicarágua, Paraguai, Guatemala, Chile, Costa Rica, Panamá, Honduras e República Dominicana.
Este ha sido un día doloroso, oscuro, triste. Sin embargo, también la unidad nos hace llorar. Más de 300 periodistas de #Ecuador y #Latinoamérica rechazamos lo ocurrido hoy en @tctelevision. Porque callar al periodismo es mostrar que gana el la violencia y la desolación. pic.twitter.com/29fenvBxe0
— gabriela verdezoto (@gabrielav1980) January 10, 2024
Os profissionais cobram medidas de prevenção das autoridades do país e repudiam soluções momentâneas para o problema. Relembram, ainda, a última reforma da Lei da Comunicação do Equador, que estabelece um regime de financiamento e proteção específico para os meios de comunicação.
“Esta situação merece ação urgente. É hora de o Estado como um todo compreender que o papel da imprensa é fundamental para o funcionamento de qualquer democracia”, afirma o comunicado.
INVASÃO DE TV
Homens armados invadiram uma transmissão ao vivo do canal TC Televisión, da cidade de Guayaquil, no Equador, na 3ª feira (9.jan.2023). A Polícia Nacional equatoriana disse ter prendido os suspeitos.
Em vídeos que circulam nas redes sociais, os homens afirmam ter bombas e ameaçam funcionários da emissora. Também é possível ouvir sons semelhantes a disparos. Segundo o jornal argentino Clarín, a transmissão durou pouco mais de 15 minutos antes de ser interrompida.
O presidente, Daniel Noboa, decretou na 2ª feira (8.jan) estado de exceção em todo o país. A medida foi tomada em meio a uma crise na segurança, causada pelo fortalecimento de facções criminosas e do narcotráfico no país.