Natacha Rey, que se apresenta como jornalista independente e foi condenada por suas alegações sobre o gênero da esposa do presidente francês Emmanuel Macron, Brigitte, disse à agência RIA Novosti, nesta quinta-feira (6), que deseja asilo na Rússia, pois apoia a política de Moscou, e não os Estados Unidos.
Rey foi acusada em 2017 de difamar a primeira-dama ao alegar que Brigitte teria nascido homem. O advogado de Brigitte, Jean Ennochi, classificou as alegações como falsas. Emmanuel Macron também comentou as alegações pela primeira vez no ano passado, dizendo: “Ainda há alguns loucos por aí”. Rey foi condenada a indenizar Brigitte em setembro.Play Video
Rey disse que sempre sonhou em visitar a Rússia, mas ainda não conseguiu.
“Meu advogado enfrentou pressão quando assumiu meu caso. Nós dois somos perseguidos, então ele pensou que talvez solicitar asilo político seria uma boa solução. Ele sugeriu recorrer aos EUA, mas eu sempre tive uma atitude negativa em relação ao imperialismo americano. E a Rússia sempre foi o segundo país no meu coração”, disse Rey.
“Eu amo muito este país… Respeito muito [o presidente russo] Vladimir Putin e apoio a política russa. E [o deputado da Duma Estatal] Pyotr Tolstoy fala um francês excelente, e eu concordo com ele quando ele fala sobre o declínio do Ocidente. Então, você entende por que, entre os Estados Unidos e a Rússia, minha alma se inclina para a Rússia”, acrescentou Rey.
Ela disse que planeja processar a primeira-dama da França por falsificação de documentos. Nesta quarta-feira (5), o advogado de Rey, Francois Danglean, disse à agência que a jornalista recorrerá ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos em um futuro próximo.
“Estamos apresentando uma queixa diretamente contra Brigitte Macron por condenação fraudulenta e uso de documentos falsificados. Depois disso, obviamente eles vão querer retaliar, e eu tenho que me defender”, disse Rey.
Rey também afirmou que foi condenada por declarações que nunca fez e “foi vítima de dois julgamentos manipulados”, acrescentando que o juiz foi nomeado pessoalmente por Macron.
Ela também disse que temia mais assédio por causa de seu contato com a mídia russa.
“Nossa mídia é propaganda, não tem a menor objetividade, e seu único propósito é servir às autoridades. E eles são financiados pelo Estado ou por bilionários amigos dos que estão no poder. Eles não têm independência. Eles constantemente condenam a Rússia, enquanto a França é uma ditadura. Nossa mídia critica constantemente a Rússia, condena, mas podemos escrever apenas coisas boas sobre o chefe de Estado e sua esposa?”, questionou Rey.
por Leonardo Sobreira – 247