As dietas de jejum intermitente viraram moda, mas vêm sendo questionadas por meio de estudos. Um deles, publicado pela instituição científica The Royal Society no começo de abril, destaca que esse tipo de dieta pode prejudicar a fertilidade. Apesar da pesquisa ter sido realizada em animais, os autores argumentam que as descobertas devem servir de alerta para os humanos.
No levantamento, os estudiosos identificaram que o ato de passar horas sem comer afetou a reprodução de peixes-zebra machos e fêmeas. Os efeitos negativos na qualidade dos espermatozoides e óvulos foram vistos mesmo após os animais retornarem ao ritmo normal de ingestão calórica.
“A maneira como os organismos respondem à escassez de alimentos pode afetar a qualidade dos espermatozoides e óvulos, e esses efeitos podem continuar após o fim do período de jejum. Por isso, os profissionais de saúde devem considerar não apenas o efeito do jejum no peso e na saúde, mas também na fertilidade”, comenta o especialista em reprodução humana Rodrigo Rosa, diretor clínico da Clínica Mater Prime.
Esse não é o primeiro estudo que levanta a hipótese de o jejum fragilizar a fertilidade. Uma pesquisa do ano passado identificou que a restrição diminui os andrógenos entre os homens, o que pode afetar negativamente a saúde metabólica e a libido.
“Os dados em humanos ainda são limitados. Mais pesquisas são necessárias nessa área para entender a possível relação, mas os profissionais habilitados para o acompanhamento de recomendações dietéticas devem levar sempre em consideração o quesito fertilidade, uma vez que muitos nutrientes relacionados à qualidade dos gametas tendem a ser ingeridos em quantidades insuficientes em dietas restritivas”, adverte Rodrigo.
Por- Metrópoles