Acusações infundadas de Israel provocaram uma crise financeira na agência, o que prejudicou os palestinos assistidos pela UNRWA
Israel nunca provou as acusações feitas contra os funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU) quanto ao suposto envolvimento com o grupo Hamas, conforme relatou o site Uol nesta segunda-feira (22).
As acusações de Israel surgiram no dia em que seria alvo de medidas da Corte Internacional de Justiça. As alegações afirmavam que 12 funcionários da ONU estariam envolvidos nos ataques do Hamas em 7 de outubro do ano passado.
Segundo investigações independentes conduzidas por uma equipe designada pela ONU para lidar com a crise entre a entidade e o governo israelense de Benjamin Netanyahu, a organização internacional enfrenta desafios que ameaçam a própria neutralidade.
“O Ministério das Relações Exteriores de Israel informou que, até março de 2024, eles haviam recebido listas de funcionários sem números de identificação (ID) palestinos. Com base na lista de março de 2024, que continha números de identificação palestinos, Israel tornou públicas as alegações de que um número significativo de funcionários da UNRWA [agência da ONU para Refugiados Palestinos] é membro de organizações terroristas”, apontou o informe das investigações.”No entanto, Israel ainda não forneceu evidências que comprovem isso”.
Apesar de apresentar um contraponto para as alegações de Israel, o relatório insiste na necessidade de a UNRWA adotar medidas para assegurar sua neutralidade e combater o discurso de ódio entre os palestinos em relação a Israel.
Após as acusações, financiadores da UNRWA, responsável por prover assistência a milhares de palestinos em Gaza, retiraram o apoio, resultando em uma perda de mais de US$ 450 milhões para a agência.