Comunidade internacional, inclusive apoiadores de Netanyahu, classificaram o ataque como “inaceitável”
Tanques das Forças Armadas de Israel invadiram, no domingo (13), uma base da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil), aumentando as tensões na região, conforme anunciado pela ONU.
A ação ocorre dias após uma sequência de ataques de Israel contra posições da missão de paz no sul do Líbano, que começaram na última quinta-feira (10) e continuaram na sexta (11), deixando cinco soldados da Unifil feridos. A escalada de confrontos gerou ampla condenação internacional.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, importante aliada de Israel entre os líderes europeus, reagiu negativamente e criticou os ataques israelenses, que classificou como “inaceitáveis”. Ela expôs a opinião em conversa telefônica com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, conforme divulgado pelo governo italiano. França e Espanha também condenaram os ataques recentes.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, voltou a pressionar pela retirada dos capacetes azuis das áreas de combate no Líbano. Ele afirmou que a presença da Unifil nas zonas de conflito expõe as tropas da ONU a riscos elevados e as transforma em “reféns” do Hezbollah.
Netanyahu direcionou um comunicado ao secretário-geral da ONU, António Guterres, solicitando que a Unifil seja removida “das fortalezas do Hezbollah e das zonas de combate”, acusando o grupo libanês de usar as forças de paz como escudos humanos. Por sua vez, o Hezbollah afirmou que não usa as forças de paz da ONU para se proteger.
Em publicação no X, após a reação da comunidade internacional, o primeiro-ministro israelense afirmou que “lamenta qualquer dano causado ao pessoal da Unifil no Líbano”.
“Israel fará todos os esforços para evitar baixas na Unifil e fará o que for preciso para vencer a guerra”, disse Netanyahu no X.
O que é a Unifil?
A Força Interina das Nações Unidas no Líbano foi criada em 1978 pelo Conselho de Segurança da ONU para confirmar a retirada de Israel do território libanês e assegurar o controle do governo do Líbano sobre a área. Após a guerra de 2006 entre Líbano e Israel, a Unifil aumentou seu pessoal e passou a também garantir a entrada de ajuda humanitária para o povo libanês e o retorno voluntário e seguro de pessoas deslocadas por causa do conflito.
A recente ofensiva israelense intensificou a tensão entre Israel e o Líbano desde que, no último dia 30, Israel invadiu o país, alegando ameaças de segurança. Além disso, as relações entre Tel Aviv e Guterres se deterioraram, com o secretário-geral sendo declarado persona non grata em Israel após, segundo Netanyahu, falhar em condenar o Irã pelos lançamentos de mísseis contra o território israelense no dia 1º.
Edição: Raquel Setz – BDF