Israel lançou na madrugada desta sexta-feira (13) uma ampla ofensiva aérea contra alvos estratégicos no Irã, em uma das ações militares mais significativas dos últimos anos no Oriente Médio. As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) confirmaram que conduzem “ataques precisos” com o objetivo de desmantelar instalações nucleares e bases militares iranianas, principalmente na capital, Teerã.
Segundo informações iniciais, dezenas de estruturas ligadas ao programa nuclear iraniano foram atingidas. Sirenes de alerta aéreo soaram em várias regiões do Irã e explosões foram ouvidas nos arredores da capital. O espaço aéreo iraniano foi temporariamente fechado e o país iniciou mobilização defensiva diante da possibilidade de novos ataques.
Histórico de tensão entre Israel e Irã
O ataque marca um novo e perigoso capítulo em uma rivalidade histórica que já dura mais de quatro décadas. Desde a Revolução Islâmica de 1979, Teerã adota uma retórica abertamente hostil a Israel, apoiando financeiramente e militarmente grupos como Hezbollah, Hamas e outras facções na Síria, no Líbano e nos Territórios Palestinos.
Israel, por sua vez, tem como prioridade estratégica impedir que o Irã desenvolva armamento nuclear. Nas últimas décadas, o país já conduziu ataques pontuais a alvos iranianos em solo sírio e sabotagens discretas em instalações nucleares no Irã. Mas o bombardeio desta sexta-feira representa uma escalada sem precedentes.
A ofensiva acontece após uma crescente tensão nos últimos meses. Em outubro de 2024, o Irã teria disparado mísseis contra território israelense, fato que aumentou a pressão interna em Tel Aviv por uma resposta mais contundente. Paralelamente, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) alertou em junho que o Irã estaria próximo de ter material físsil suficiente para produzir até 15 ogivas nucleares.
Repercussões imediatas
A ofensiva israelense teve impacto imediato nos mercados globais. O preço do petróleo tipo Brent saltou quase 5% logo após a confirmação dos ataques, sinalizando preocupação com a estabilidade na principal região produtora de energia do mundo.
Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump foi informado da operação em tempo real e se reuniu com o alto escalão de defesa. Apesar de não confirmar apoio direto à ação israelense, Trump afirmou que um ataque “poderia muito bem acontecer” e reiterou que não tolerará que o Irã obtenha armas nucleares.
O Irã ainda não respondeu militarmente, mas fontes ligadas à Guarda Revolucionária sugerem que uma retaliação está em preparação, possivelmente envolvendo o uso de mísseis balísticos e drones contra alvos israelenses ou bases norte-americanas no Oriente Médio.
Síria no radar
Embora os ataques de hoje tenham se concentrado no Irã, analistas acreditam que a Síria também continuará sendo parte do tabuleiro militar de Israel. Ao longo dos últimos anos, o país tem sido palco de operações israelenses contra milícias xiitas e armazéns de armas iranianas. Especialistas não descartam uma ofensiva paralela nos próximos dias.
O que esperar agora
O mundo assiste apreensivo. A operação israelense — batizada de “Am KeLavi” (“Nação como Leão”) — marca o início de uma possível campanha de longo prazo para desestabilizar o programa nuclear iraniano. No entanto, o risco de escalada regional é real e imediato. Caso o Irã retalie de forma agressiva, países vizinhos e grandes potências podem ser arrastados para o conflito.
Especialistas em relações internacionais temem que o episódio evolua para uma guerra aberta no Golfo Pérsico, com impactos severos sobre o comércio mundial, cadeias de suprimento e segurança global. A próxima semana será crucial para medir o grau de contenção — ou de descontrole — da crise.
Por Gazeta Rio