Aiatolá Ali Khamenei disse que o objetivo da oferta de Washington para negociações era “impor suas próprias expectativas
DUBAI (Reuters) – O líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, disse neste sábado que o Irã não será intimidado a entrar em negociações, um dia depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que havia enviado uma carta à autoridade máxima do país para negociar um acordo nuclear.
Em uma entrevista à Fox Business, Trump disse que “há duas maneiras de lidar com o Irã: militarmente ou fazendo um acordo” para evitar que Teerã adquira armas nucleares.
Em uma reunião com altos funcionários iranianos, Khamenei disse que o objetivo da oferta de Washington para negociações era “impor suas próprias expectativas”, informou a mídia estatal iraniana.
“A insistência de alguns governos intimidadores nas negociações não é para resolver questões… Para eles, as negociações são um caminho para novas demandas, não se trata apenas da questão nuclear do Irã… O Irã definitivamente não aceitará suas expectativas”, disse Khamenei, sem mencionar diretamente Trump.
Embora tenha expressado abertura para um acordo com Teerã, Trump restabeleceu uma campanha de “pressão máxima” que foi aplicada durante seu primeiro mandato como presidente para isolar o Irã da economia global e levar suas exportações de petróleo a zero.
Durante seu mandato de 2017-2021, Trump retirou os Estados Unidos de um acordo histórico entre o Irã e as principais potências que impôs limites rígidos às atividades nucleares de Teerã em troca de alívio das sanções.
Depois que Trump se retirou em 2018 e voltou a impor sanções, o Irã ultrapassou em muito esses limites.
O chefe do órgão de vigilância nuclear da ONU, Rafael Grossi, disse que o tempo está se esgotando para que a diplomacia imponha novas restrições às atividades do Irã, uma vez que Teerã continua a acelerar o enriquecimento de urânio para quase o nível de armamento.
Teerã afirma que seu trabalho nuclear é exclusivamente para fins pacíficos.
Por Brasil 247