Caminhar pela rua Santa Luzia, no Centro Histórico do Rio de Janeiro, proporciona uma experiência fascinante para aqueles que ainda não exploraram a região em que moram a maior parte das histórias da civilização carioca e brasileira. No endereço 206, encontra-se um majestoso palácio do século XVI, com uma impressionante fachada esculpida em pedra, ostentando o nome “Santa Casa da Misericórdia“. Com quase meio milênio de história, esta instituição católica, estabelecida em 1582, mantém-se fiel à sua missão de auxiliar os necessitados e desfavorecidos, e completa, este mês, 442 anos de atividade ininterrupta. Para festejar a importante data, a Irmandade de Nossa Senhora da Misericórdia e Santa Isabel, entidade católica que fundou e dirige a Santa Casa, vai reabrir sua monumental Igreja de Nossa Senhora do Bonsucesso ao público para uma Missa Solene em Ação de Graças pelo aniversário da entidade, com Coral e Grande Orquestra, às 11 da manhã desta quinta feira, dia 21 de março.
O Provedor da Irmandade que tem cerca de 280 membros e é dirigida por uma mesa conjunta de 45 “irmãos de Mesa e Junta” é o magistrado Francisco Horta, que vai receber autoridades, médicos e demais admiradores da quatrocentona instituição no templo dedicado à Virgem do Bonsucesso, invocação mariana presente no Brasil desde 1637, data em que o padre Miguel Costa trouxe para o Largo da Misericórdia a imagem até hoje venerada na Igreja da entidade famosa por ter administrado por um século quase todos os cemitérios da cidade. A Igreja do Bonsucesso é a mais antiga do Centro do Rio de Janeiro, e guarda preciosidades: os altares, retábulos e púlpitos maneiristas do século XVII que decoravam a demolida Igreja do Colégio dos Jesuítas, no Morro do Castelo, se encontram lá, lindamente dispostos.