IBGE: PELO MENOS 1,2 MILHÃO DE BRASILEIROS NÃO TEM BANHEIRO EM CASA

Sem ter acesso a banheiro, ao menos 1,2 milhão da população deve defecar a céu aberto, de acordo com o Censo Demográfico 2022, do IBGE

No Brasil, 367 mil domicílios não têm banheiro, sanitário ou buraco para dejeções e moram nesses locais cerca de 1,2 milhão de pessoas — representando 0,6% da população —, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esses dados estão presentes no Censo Demográfico 2022: Características dos domicílios, divulgado na manhã desta sexta-feira (23/2).

Segundo o instituto, esses dados indicam que ao menos 1,2 milhão da população deve defecar a céu aberto. A definição do órgão para banheiro é “cômodo com vaso sanitário e instalações para banho (chuveiro, ducha ou banheira)”.

O recorte por unidade federativa (UF) mostra que 5% da população do Piauí encontra-se nesta situação precária de uso sanitário. Na sequência, aparecem Acre e Maranhão, ambos com proporção de 3,8%.

Ainda conforme o Censo 2022, em 168 municípios, mais de 10% da população residia em domicílios sem banheiro, sanitário ou buraco para dejeções.

Por outro lado, em 2022, 71,1 milhões de residências, nas quais moram 197,5 milhões de pessoas (97,8% da população), tinham pelo menos um banheiro de uso exclusivo, ou seja, apenas residentes e visitas utilizam o espaço.

Na situação “sanitários ou buracos para dejeções”, que enquadra domicílios que não têm banheiros, mas fazem uso de alguma instalação sanitária mais simples para dejeções, estão 2,4 milhões de brasileiros (1,2% da população).

Já 1,01 milhão (0,5% da população) tem banheiros compartilhados entre mais de um domicílio, quando, por exemplo, um terreno com duas ou mais residências compartilham o mesmo espaço de uso sanitário.

Número de banheiros por residência cresce, segundo IBGE

No entanto, apesar do número preocupante de pessoas sem acesso a banheiros onde moram, o Censo Demográfico 2022 destaca a ampliação no número desses espaços nos domicílios brasileiros.

De 2010 a 2022, houve um crescimento de 5,5 pontos percentuais na situação de acesso a banheiros de uso exclusivo nos domicílios brasileiros. O número passou de 92,3% da população para 97,8%.

Ainda no mesmo período, o número de banheiros em cada domicílio cresceu. Isso porque a quantidade de residências com apenas um desses cômodos sofreu uma queda de 5,2 pontos percentuais, passando de 71,5% para 66,3%.

Ou seja, desta forma, entre 2010 e 2022, a proporção de residências com dois ou mais banheiros aumentou no país.

Norte e Nordeste avançam, mas ficam atrás de números do Sul, Sudeste e Centro-Oeste no Censo 2010

O Censo Demográfico 2022 mostra uma expansão na proporção da população residente em locais com acesso a banheiros de uso exclusivo.

De 2010 e 2022, as maiores elevações ocorreram no Norte, que passou de 75,5% para 90,5% — representando um aumento de 15% — e no Nordeste, que saiu de 83,4% para 95,3% — equivalente a um crescimento de 14,9%.

Contudo, apesar do crescimento significativo, ambas Regiões encontram-se em um patamar pior do que o registrado no Sul, Sudeste e Centro-Oeste no Censo Demográfico 2010 (confira abaixo).

Divulgação/IBGETabela que compara número de banheiros por Região do Brasil, entre 2010 e 2022 – Metrópoles

O Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo têm a maior proporção de pessoas morando em domicílios com uso exclusivo de banheiros (99,9%). Já a menor foi identificada no Acre (83,6%).

Mais três unidades da federação tinham proporção inferior a 90%, são elas: Maranhão (85,7%), Amazonas (87,5%) e Pará (89,7%).

Outros dados:

24 municípios: têm proporção de população em residência com banheiro de uso exclusivo inferior a 50%

664 municípios: têm proporção de população em residência com banheiro de uso exclusivo inferior a 90%

415 municípios: todos os domicílios recenseados têm banheiro de uso exclusivo

1.529 municípios: todos os domicílios recenseados têm ao menos sanitário ou buraco para dejeções

Por Mariana Andrade – Metrópoles

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