A Câmara dos Deputados, por meio de seu presidente Hugo Motta, apresentou um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que as novas regras sobre a distribuição de sobras eleitorais sejam implementadas apenas a partir das eleições de 2026. A manifestação foi protocolada na última segunda-feira (19). Motta argumenta que a aplicação imediata dessas regras poderia impactar a composição atual da Câmara, resultando na perda de mandatos de alguns deputados. Ele enfatiza que a aplicação retroativa das regras, especialmente para as eleições de 2022, poderia gerar insegurança jurídica e instabilidade política.
Em março deste ano, o STF decidiu que todos os partidos políticos poderiam participar da distribuição de sobras eleitorais, independentemente de terem atingido o mínimo de 80% dos votos anteriormente exigidos. Essa mudança permite que partidos que não alcançaram o número mínimo de votos participem da redistribuição, o que pode beneficiar alguns partidos e prejudicar outros. A preocupação de Mota é que a aplicação imediata das novas regras afete a legislatura atual, que se estende até 2027.
A solicitação de Hugo Mota ao STF contrasta com a posição do presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, que apoia a aplicação imediata das novas regras. Alcolumbre acredita que a decisão do STF pode beneficiar parlamentares e aliados políticos no estado do Amapá. Essa divergência entre os presidentes das duas casas do Congresso Nacional destaca a complexidade e as implicações políticas da questão, evidenciando como as mudanças nas regras eleitorais podem ter efeitos significativos no cenário político nacional. A resposta do STF ao pedido de Motta é aguardada com grande expectativa.