Por Ricardo Bernardes — 23/05/2025
Universidade de Harvard respondeu com veemência à decisão do governo do presidente Donald Trump, que revogou sua certificação para a matrícula de estudantes internacionais a partir do ano letivo de 2025-2026.
Em nota oficial, a instituição classificou a medida como uma retaliação que compromete gravemente tanto sua comunidade quanto o papel dos Estados Unidos como líder global no ensino superior. “Estamos totalmente comprometidos com a manutenção de uma comunidade internacional vibrante e com a defesa de nossos estudantes e pesquisadores de mais de 140 países”, afirmou o porta-voz de Harvard, Jason Newton.
A decisão do Departamento de Segurança Interna impacta diretamente a população internacional da universidade, que representa uma parcela significativa do corpo discente. Segundo dados oficiais, 6.793 estudantes estrangeiros correspondem a 27,2% das matrículas no ano acadêmico de 2024-2025, dentro de um total de 9.970 integrantes internacionais.
Para membros da instituição, a medida pode gerar efeitos duradouros na excelência acadêmica. “É impossível imaginar Harvard sem nossos incríveis estudantes internacionais. Eles são fundamentais para a inovação, para a diversidade e para a influência global dos Estados Unidos”, declarou Jason Furman, professor de economia em Harvard e ex-integrante do governo Obama. Ele classificou a ação como “horrível em todos os níveis”.
Furman ainda destacou que o ensino superior norte-americano é uma das principais exportações do país, além de um pilar do chamado “soft power” — a capacidade de influência cultural e intelectual dos EUA no mundo. “Espero que essa política seja revertida antes que provoque danos irreparáveis”, concluiu.
Enquanto isso, Harvard mobiliza esforços para oferecer apoio jurídico e institucional a seus estudantes afetados e promete lutar para preservar sua missão de ensino, pesquisa e diálogo internacional.