‘Não existe um horizonte utópico’, afirmou o ministro
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que a esquerda brasileira “não está dialogando com um projeto de futuro”. “Nos perguntamos: ‘De onde saiu essa pessoa? De onde saiu esse sujeito? Como é que essa pessoa tem 30% dos votos?'”, disse o petista, sem mencionar algum político específico, mas estava se referindo a lideranças da direita.
“Quando você não tem um horizonte utópico que guia as pessoas, você tem um horizonte distópico. E a extrema direita é distópica”, acrescentou o titular da pasta durante entrevista publicada na coluna de Mônica Bergamo, no jornal Folha de S.Paulo.
De acordo com o ministro, “é preciso fazer uma reflexão séria”. “E eu penso que a esquerda está se devendo a isso. Mas formulação teórica, mais aprendizado, mais ousadia na reflexão sobre o que é possível fazer”, afirmou.
“Esse vácuo afeta igualmente o liberalismo, que também está em crise. O que existe hoje não é uma direita liberal, é uma direita iliberal. Que, no Brasil, se manifesta com requintes de crueldade, por causa da questão patrimonialista terrível no país. Aqui, grupos organizados tentam abocanhar fatias do Estado, como é o caso dessas privatizações. Elas estão sendo feitas sob aplauso de muita gente”.