Com recorde de casos neste ano, governo Lula antecipa medidas para frear o avanço da doença, com foco em vigilância e controle vetorial
O governo Lula lança nesta quarta-feira (18) um robusto plano de ação contra a dengue com o objetivo de reduzir os impactos dessa grave doença, em cerimônia que será realizada em Brasília pela ministra da Saúde, Nísia Trindade. A antecipação do governo ocorre em meio a um cenário alarmante: em 2024, o Brasil registrou o maior número de casos prováveis de dengue da história, com mais de 6,5 milhões de notificações, a maioria concentrada no primeiro semestre. Para efeito de comparação, em 2023, o número foi de 1,6 milhão, destaca o Metrópoles.
Segundo informações divulgadas pelo Ministério da Saúde, a dengue causou cerca de cinco mil óbitos até agora em 2024. Este cenário emergencial motivou a criação de um plano detalhado, que visa antecipar a temporada crítica da doença — tradicionalmente entre outubro e maio — e implementar medidas preventivas para evitar uma nova crise sanitária no país.
Estratégias e metas do plano
O plano de ação tem como pilares fundamentais o fortalecimento da vigilância em saúde, o controle de vetores, a organização dos serviços de saúde e o financiamento de pesquisas. Em maio deste ano, o governo já havia promovido um encontro com cerca de 100 pesquisadores para discutir soluções para a dengue e outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, como chikungunya, zika e febre do oropouche.
As mudanças climáticas foram apontadas pelo Ministério da Saúde como um dos fatores que contribuíram para o aumento expressivo dos casos de dengue em 2024. A combinação de temperaturas mais elevadas e chuvas intensas cria um ambiente propício para a proliferação do mosquito transmissor. Além disso, a circulação simultânea de mais de um sorotipo do vírus agravou a situação, tornando a prevenção e o tratamento da doença mais complexos.
Ainda que o governo tenha se antecipado com o novo plano, os desafios são enormes. Com milhões de casos já confirmados e a ameaça de novos surtos, a mobilização de todos os setores da sociedade será crucial. A pasta da saúde também espera contar com o engajamento das autoridades locais e estaduais para garantir que as ações de controle vetorial, como campanhas de conscientização e remoção de criadouros, sejam eficazes em todas as regiões do país.
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