O Governo do Estado ainda elabora estudos, minutas e prepara os documentos necessários para a repactuação dos contratos de concessão para exploração das linhas 1, 2 e 4 e do metrô. Os serviços são realizados pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas (FIPE) pelo valor de R$ 3 milhões e 200 mil. A previsão é de que o documento esteja pronto no início do ano que vem, segundo o secretário de Transportes e Mobilidade Urbana, Washington Reis.
A medida acontece após a homologação do Termo de Ajustamento de Conduta, que pode permitir a retomada das obras da estação da Gávea. O documento foi aprovado pela Justiça do Rio no final de outubro.
Pelo acordo, a operação da Linha 4 passará a ser feita pelo MetrôRio, que vai investir R$ 600 milhões na obra da estação da Gávea. Os contratos de concessão do metrô serão unificados e o MetrôRio terá a extensão do contrato em mais dez anos, com prazo final para 2048.
As mudanças passam a valer com a repactuação dos contratos de concessão, assim como a possibilidade de retomadas das obras. A previsão é de que isso acontecesse ainda em 2024. No entanto, a possibilidade foi descartada.
O projeto também prevê a construção de uma praça no entorno da futura estação da Gávea.
O TAC também inclui mecanismos para impedir novas interrupções nas obras e estabelece que qualquer suspensão de pagamento deve ser determinada como última medida. Com a minuta do acordo aprovada pelo Tribunal de Contas do Estado, o TCE se absteve de emitir decisões que possam ter efeito na paralisação dos serviços.
Após a autorização, a situação do buraco de 35 metros de profundidade será analisada, assim como a retirada da água, que precisou ser colocada para evitar danos estruturais dos túneis.
O novo trecho vai operar até a estação São Conrado, uma versão reduzida na comparação com o projeto original apresentado antes do início das obras, que estão paralisadas há quase uma década.
O Governo do Estado do Rio de Janeiro vai investir R$ 97 milhões para as obras. O governador Cláudio Castro garantiu que serão reservados R$ 300 milhões para garantir que a estação seja concluída, caso sejam necessários mais aportes.
O TAC também define que o estado será responsável pela manutenção e destinação do Tatuzão, apelido de “Tunnel Boring Machine”, assim como as aduelas. O equipamento está parado desde abril de 2016, em uma caverna localizada entre as estações Antero de Quental e Gávea. Cerca de 1.200 metros não foram escavados. No entanto, a tuneladora não deve mais ser utilizada. Técnicos do estado avaliaram que é mais eficiente usar métodos convencionais, com o uso de explosões controladas, do que o tatuzão.
O início das obras aconteceu em 2013, durante o governo de Sérgio Cabral. O tatuzão foi comprado por R$ 100 milhões.
No entanto, o Tribunal de Contas do Estado apontou um superfaturamento de R$ 3 bilhões e 700 milhões, o equivalente a 22% do total da obra. A Linha 4, que liga a Zona Sul à Barra da Tijuca, foi entregue sem a estação da Gávea.