GOOGLE DENUNCIA MICROSOFT À COMISSÃO EUROPEIA POR MONOPÓLIO DA NUVEM

O Google apresentou uma denúncia à Comissão Europeia contra a Microsoft, acusando-a de práticas anticompetitivas na computação em nuvem, anunciou na quarta-feira (25) o grupo americano.

“Acreditamos que esta ação regulatória é a única maneira de acabar com o bloqueio da Microsoft, oferecer opções aos clientes e criar condições de mercado justas para os concorrentes”, disse Amit Zavery, diretor-geral e vice-presidente da plataforma Google Cloud, em entrevista coletiva.

“As condições de licenciamento de software da Microsoft impedem (…) a transferência de cargas de trabalho atuais do Azure [plataforma de nuvem da Microsoft] para nuvens concorrentes”, explicou o Google em comunicado.

As empresas que possuem o sistema operacional Windows Server da Microsoft e desejam executá-lo em outra plataforma na nuvem, como Google Cloud ou AWS (serviço da Amazon), enfrentam custos exorbitantes, que podem chegar a um aumento de 400%, além de “limitações em patches de segurança”, denunciou o Google, que apresentou a ação na noite de terça-feira.

Segundo o gigante americano, a Microsoft começou a implementar restrições cada vez mais severas ao uso de seu software a partir de 2019, estabelecendo múltiplas “barreiras de interoperabilidade”.

Sob o radar de Bruxelas

A Comissão Europeia, que já sancionou várias vezes a Microsoft por práticas anticompetitivas, também abriu uma investigação em julho de 2023 contra a multinacional, suspeitando que abusou da sua posição dominante em softwares para favorecer o crescimento da sua ferramenta de comunicação Teams sobre seus concorrentes.

Este procedimento obrigou a empresa fundada por Bill Gates a anunciar no ano passado a separação de seu aplicativo de videoconferência Teams do pacote ‘Office’, que contém os programas  Word, Excel, PowerPoint e Outlook, primeiro na Europa e depois em todo o mundo.

No entanto, estes anúncios não convenceram Bruxelas. A Comissão considerou em junho que estas mudanças eram “insuficientes para responder às suas preocupações e que são necessárias novas modificações no comportamento da Microsoft para restaurar a concorrência”.

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