Com dramaturgia da Cia Bagagem Ilimitada e direção de Jefferson Almeida, a opereta tem trama no interior do Nordeste, embalada por músicas da pernambucana Marinês, primeira mulher a liderar uma banda de forró.
Com uma trajetória de sucesso que já levou mais de 6 mil pessoas ao teatro, o premiado espetáculo “Furdunço do Fiofó do Judas – Uma Opereta Popular Apimentada por Marinês” celebra cinco anos em cartaz com uma curta temporada no Teatro Dulcina. A Cia Bagagem Ilimitada, que completa nove anos de existência em 2024, convida o público a prestigiar a peça de 9 de agosto a 1º de setembro, com apresentações sextas e sábados às 19h e domingos às 18h.
Com dramaturgia do próprio grupo e direção de Jefferson Almeida, o musical foi indicado ao Prêmio I Love Prio do Humor– idealizado por Fábio Porchat – nas categorias de Melhor Peça, Melhor Texto e na categoria Especial pela introdução do repertório musical da cantora Marinês à dramaturgia, vencendo como Melhor Dramaturgia em 2020.
Carregado de brasilidade, o enredo viaja até o interior do Nordeste para contar a história de quatro mulheres, Adelina, Antônia, Francisca e Gumercinda, prostitutas e donas de um bordel que recebem a visita de um forasteiro que vai abalar as estruturas do cabaré.
Elas só não desconfiam que o sargento Malaquias de Jesus é o próprio Diabo, que aparece para roubar o coração das moças. As situações são apresentadas de maneira leve e cheia de borogodó, evocando o melhor da tradição teatral e cultural nordestina, onde o público vai reconhecer a exaltação à força da mulher batalhadora, os “quiproquós” e reviravoltas divertidíssimas. Há também a velha peleja entre o Coisa Ruim e Deus, que aqui no espetáculo é mulher e interpretada pela premiada atriz Vilma Melo, em uma toda poderosa participação afetiva em off. Para apimentar essa receita, PV Israel e Jacyara de Carvalho, intérpretes e responsáveis pela dramaturgia, resgataram o pioneirismo e o humor de canções imortalizadas na voz da pernambucana Marinês, a Rainha do Xaxado. Falecida em 2007, a cantora e compositora foi a primeira mulher a liderar uma banda de forró (Marinês e sua gente) e estourou em todo o país com a música “Peba na pimenta”, recheada de duplo sentido.
Esta e outras 23 canções gravadas por Marinês aparecem não como uma homenagem biográfica, mas para dar mais malícia à história passada em Fiofó do Judas. “A opereta é um desdobramento da ópera para o público popular. Como a gente tem uma opereta, que já é popular, mais popular ainda? Temos essa possibilidade de embarcar em todos aqueles assuntos que agrada a essa camada dita popular, que os faz rir, que está na ordem do dia, na ordem do dia-a-dia, que faz o trabalho leve, faz a vida respirar melhor”, conta Jefferson Almeida, intérprete de Malaquias e também diretor do espetáculo.
Sob a batuta da diretora musical Deborah Cecília, o elenco vai fazer o público se mexer na cadeira ao som de muito xaxado e baião. Furdunço do Fiofó do Judas é um espetáculo leve e divertido, que aborda temas relevantes sem deixar de fazer rir. “Subjetivamente e culturalmente, trazer o Nordeste para cá – uma pequena cidade fictícia e o que acontece nela – é falar do nosso Brasil, falar de um lugar que ainda está à margem, em várias camadas. Trazer mulheres como protagonistas, prostitutas… Por mais que leve que seja, estamos falando disso: de pessoas que precisam ser vistas. E valorizadas pelo que fazem. O teatro feito no seu mais simples que é era uma vez uma história de mulheres que vencem através da sua autoestima”, comenta Jacyara.
SINOPSE
A história conta a chegada do misterioso Sargento Malaquias de Jesus que muda a rotina do famoso cabaré administrado em regime igualitário por quatro damas arretadas. Um verdadeiro imbróglio se dá e promete sacudir as pilastras do céu, do inferno e do Furdunço! Em busca de uma declaração de amor, o capeta baixa a guarda e se deixa capturar pela própria armadilha. Será possível enganar o enganador? Qual será o fim dessa peleja? O espetáculo é feito com malícia, boa dose de encrenca e muito arrasta pé, embalado pelas icônicas canções interpretadas pela gigante “Rainha do forró”: Marinês.
FICHA TÉCNICA
Dramaturgia: Cia Bagagem Ilimitada (Jacyara de Carvalho e Pv Israel)
Direção / Colaboração dramatúrgica: Jefferson Almeida.
Direção Musical / Preparação vocal: Deborah Cecília
Assistente de direção: Clara Equi
Elenco: Cilene Guedes, Jacyara de Carvalho, Paula Sholl, PV Israel e Jefferson
Participação afetiva: Vilma Melo na voz de Deus.
Iluminação: Felipe Antello.
Cenografia: Taisa Magalhaes.
Figurino: Arlete Rua.
Visagismo: Paula Sholl.
Músico Ensaiador: Raphael Pippa.
Direção de palco/Camareiro: Júnior Israel.
Contrarregra: Jota Santos.
Consultoria de danças populares: Roberto Rodrigues.
Costureira: Rute Israel / D. Jandira.
Cenotécnico: Alex Augusto
Logo: Alluan Lucas.
Designer gráfico: Davi Palmeira/@aquatro_
Operação de Som: Thiago Miyamoto
Operação de Luz: Marina Nogueira.
Microfonista: Ananda Amenta.
Estúdio: Musimundi
Músicos da base: Violoncelo – Pedro Izar; Piano e Sanfona – Tibor Fittel;
Violões – Debora Cecilia e Raphael Pippa; Percussão – Felipe Antello.
Assessoria de imprensa: Lyvia Rodrigues/Aquela Que Divulga
Produção Executiva: Malu Costa.
Coordenação de produção: Juliana Cabral.
Realização: Cia Bagagem Ilimitada.
Serviço:
Furdunço do Fiofó do Judas – Uma Opereta Popular Apimentada por Marinês
Quando: de 9 de agosto a 1º de setembro de 2024
Dia/Hora: sextas e sábados às 19h e domingos às 18h
Local: Teatro Dulcina
Endereço: Rua Alcindo Guanabara, 17, Centro, Rio de Janeiro, RJ
Capacidade: 429 lugares
Ingressos R$40 (inteira) / R$20 (meia)
(à venda na bilheteira do teatro no dia da apresentação e no site Sympla)
Duração: 90 minutos
Faixa etária: 16 anos