FRENTE LITERÁRIA GONÇALENSE: UM MOVIMENTO PELA VALORIZAÇÃO DA LITERATURA EM SÃO GONÇALO

Escritores e produtores culturais se unem para combater a falta de representatividade da quinta arte na Cultura da região

Quem nunca ouviu a frase ‘São Gonçalo é um celeiro de artistas’ que atire a primeira pedra. Rica em expressões artísticas e esportivas, a cidade é conhecida como berço de talentos e, do berço para o mundo, esses talentos que geralmente iniciam suas jornadas na cidade, muitas vezes só desenvolvem a carreira e têm reconhecimento fora dela. Acontece assim com a Cultura em suas diversas formas: Teatro, Cinema, Dança, Pintura. E com a Literatura, o cenário parece ainda mais delicado. É justamente para nadar na contramão dessa premissa que escritores, professores, jornalistas e poetas se uniram e formaram a Frente Literária Gonçalense.

A falta de apoio e visibilidade para a produção literária não é um problema novo. Entre os exemplos estão o fechamento da última livraria de rua da cidade em dezembro/2024, a carência de bibliotecas municipais e a falta de programas populares de incentivo à leitura. A ideia de criar a Frente nasceu desse incômodo, em conversas entre escritores e produtores culturais. Composta por Yonara Costa, Suzane Veiga, Cristiana Souza, Helcio Albano, Zé Salvador, Erick Bernardes, AJ. Tolissano, Elis Barroso, Rui Aniceto e Fabio Rodrigo, a Frente Literária quer unir forças no mesmo sentido: transformar a produção literária da região em um bem acessível a todos. “Houve uma reunião em que discutimos a necessidade de um processo estruturado para fomentar a cultura literária em São Gonçalo. Estamos trabalhando para isso”, resume o cordelista e poeta Zé Salvador.

Uma das primeiras demandas levantadas pelos integrantes é a inclusão de livros de autores gonçalenses nas bibliotecas escolares. Elis Barroso questiona: “Por que não vemos escritores locais nas escolas estaduais e municipais? Isso precisa mudar. Geralmente são obras de homens, estadunidenses, ingleses, nem brasileiros a gente vê, muito menos gonçalenses. Por que não a partir de agora a gente ver escritores gonçalenses nas escolas?”.

“Queremos fomentar a cultura e lançar livros de mulheres, jovens e diversos segmentos, abranger todos os gêneros, todo o mercado literário”, acrescenta Cristiana Souza, assistente social e graduanda em História.

Próximos passos e desafios

A Frente Literária Gonçalense trabalha na elaboração de um documento oficial que justifique a união dos escritores e permita a busca de recursos em editais públicos. A meta é ampliar a visibilidade de quem produz literatura, promover mais eventos literários acessíveis e num médio prazo transformar São Gonçalo em uma referência literária também para outras cidades. O grupo convida, ainda, a população a apoiar e divulgar o movimento, participando ativamente dos eventos literários que serão organizados.

Por Cristine Oliveira

Grupo define metas para combater a falta de apoio e representatividade na Literatura em SG – Foto: Layla Mussi

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