São Paulo – O frei da Igreja Católica Elvécio de Jesus Carrara, de 54 anos, preso na capital paulista nessa quarta-feira (5/3) em uma operação contra pedofilia deflagrada pela Polícia Civil de Minas Gerais, abusava sexualmente de adolescentes dentro de uma instituição não governamental que ele mantinha de fachada. A instituição supostamente oferece serviços educacionais aos jovens, de acordo com a polícia.Carrara é membro da Ordem dos Pregadores (Dominicanos), uma das diversas subdivisões da Igreja Católica. Segundo a polícia de Minas, ele passou a ser investigado a partir de uma denúncia registrada em 30 de março em Belo Horizonte.“Tudo indica que os abusos ocorriam por meio de uma espécie de ONG mantida pelo investigado, por meio da qual ele oferece serviços educacionais aos adolescentes”, afirmou, por nota, o delegado Evandro Radaelli, presidente do inquérito policial que investiga o católico.
Com o frei, foram apreendidos celulares e computadores e esses equipamentos continham imagens pornográficas de adolescentes, ainda de acordo com a polícia.
“A investigação segue em andamento para apuração completa de condutas relativas a comportamento de pedofilia do investigado, além de identificar outras possíveis vítimas”, informa a Polícia Civil, em nota.
A Ordem dos Pregadores já havia informado ao frei sobre a investigação interna em curso, segundo admite em nota.
“Frei Elvécio foi informado de que uma investigação canônica prévia foi aberta, para apurar os fatos. Desde então, ele foi proibido de exercer o ministério sacerdotal, de trabalhos que o levassem a ter contatos com menores, de frequentar as cidades de São Paulo e de Goiás. O religioso, contudo, estava desobedecendo a algumas das disposições”, diz o texto.
O que diz a Ordem
A Ordem dos Pregadores informou ainda, por meio de nota, que antes de tudo se solidariza profundamente com as “possíveis vítimas” do frei Carrara. Afirmou que “as autoridades civis foram informadas sobre a denúncia e a investigação canônica” e que elas têm tido “nossa inteira colaboração na averiguação dos fatos”. “Interessa à Ordem Dominicana que os fatos sejam apurados e esclarecidos, com transparência e responsabilidade, e que as devidas medidas legais sejam tomadas”, diz.
Por fim, a Ordem dos Pregadores informa que as obras sociais que o frei presidia eram uma iniciativa pessoal do religioso. “Ele nunca teve permissão de nenhum de seus legítimos superiores para tais obras, que eram realizadas à revelia das orientações das autoridades da Ordem no Brasil”, finaliza a nota.
Por- Metrópoles